Uma voz
Uma voz inaudível, silenciosa, definida e dialética, permeava os caminhos de minha mente, criando cicatrizes, sulcos profundos, vergões e dando-me muita paz.
Uma voz um tanto punitiva, impregnada de sabedoria, direcionando meus pensamentos, a eu formar incógnitas a respeito do quanto tenho consciência do que sei, e também do quanto não sei. Do quanto necessito saber, que a consciência da própria ignorância é o primeiro passo em direção à sabedoria.
Uma voz sussurrante que aspira delegar a mim poderes reflexivos, intuitivos e criativos, que estimulem e ativem a mente humanamente lenta em sua caminhada evolutiva.
Uma voz convictamente segura e carregada de pigmentos que colorem a visão do interior e do exterior, na junção mente e corpo, alma e coração.
Uma voz que denota descomunal esforço, na produção de uma sociedade permeada com a ótica das mentes abertas e esclarecidas, a respeito da compreensão do fato de o ser humano ser humanamente divino, na complexidade do que é ser divinamente humano.
Uma voz que anda no traçado do tempo à procura de mim mesmo.Até hoje essa voz ecoa, lembrando-me de que não sei quem sou. Mas Jesus insistia em dizer que era o filho da humanidade, que era o filho do homem, então...
Então sei que não tenho raça, nem cor, nem nacionalidade, nem religião, mas tenho sim um elo muito forte com o criador, tenho sim um coração impregnado do som da voz de Deus. Um som que esta sempre ecoando o seu eco divino num ser humano, tão somente humano, como EU.