Azul

perdoa por ir assim tão torpemente amando-te perdoa pelos braços que não tive pelos lábios que fechei os olhos baixo as pálpebras perdoa amor estava sonhando-te como nunca sonhei perdoa a este filho de mãe sem mãos de pai que não chegou essa criança selvagem as unhas de gato restantes daquela mocidade perdoa perdoa estava sonhando trabalhava no amor teu amor era um barco o construía pau a pau pintava polia mão a mão ele cintilava com esplendor finalmente dos meus olhos tirava um fio interminável de lágrima com o que tecia a vela transparente com a que nos fazíamos ao mar o veleiro era uma estrela a navegar pela imensidade do azul