Sobrevier a um amor
Um amor pode sobreviver a distâncias e atravessá-las num segundo através do pensamento. É como um vício, uma droga, desencadeado por uma paixão ardente. Produz sorrisos, momentos perfeitos, produz sonhos e insônias, produz palpitações, angústias, agonias e ilusões.
Um amor verdadeiro se perde no tempo, caminha pelo passado, atua no presente, se encaminha para o futuro e adormece na eternidade.
Um grande e verdadeiro amor ilustra noites enluaradas e dias ensolarados.
Um amor troca confidências, troca juras, troca feitiço, troca dúvidas e experiências. Pode ser forte ou fraco, distraído ou atento, pode vencer tormentas, dissabores e oferecer alento.
Um amor tem lembranças de lugares, de cheiros, de músicas e de sons. Tem sabores, às vezes doces, outras vezes amargos, mas todos sempre bem saboreados. Pode iluminar a vida ou escurecer o coração.
Um amor de verdade pode ser castigado pelas dificuldades da vida e persistir inalterado e majestoso.
Um amor não fere e se ferir, assopra. Pode ter muitas histórias, fabricar poemas, inspirar versos e canções. Não tem perguntas, porque jamais necessita de respostas. Precisa para adormecer a companhia de um outro amor e para despertar um toque desse mesmo amor.
Um verdadeiro amor pode dar frutos e lançá-los ao mundo cobertos de amor também.
Um amor só não suporta ser vivido, sonhado e mantido sozinho. Um amor precisa de outro amor para sobreviver, se assim não for, não terá sido um amor, terá sido apenas uma grande dor.