LIVRE-SE DA SOLIDÃO

Olhares da consciência

Ao enxergardes vossos olhares alheios, e não mais julgardes os vossos bens, e sem maiores detalhes perdoardes a tudo e a todos, inclusive a vós mesmo, ou, se não o fizerdes por não mais haver necessidade... Parabéns, teríeis alcançado a felicidade sem causa, portanto, sem efeito. Venceríeis o maior de todos os inimigos: “Vosso Ego”. Chegaríeis à iluminação da bem-aventurança.

Congratulações

Jbcampos

Livre-se da Solidão

Você jamais esteve só, posto que dentro de você existam muitos seres povoando a sua mente e todo o seu ser. Você integral é um universo desmesurado do ponto de vista físico-mental. É tão somente botar essa poderosa mente a pensar e visualizar esses pensamentos, e travar seus melhores diálogos com esses seres mentais, que na realidade são entidades espirituais. É assim que agiram e agem as mentes luminares da humanidade. “Sonhar é viver”, quem já não ouviu essa frase verdadeira de um provérbio popular? Então, ratificamos: basta pensar e pensar até visualizar esse pensamento transformando-o em sonho verdadeiro a ocupar o vazio mental, saindo da solidão. A solidão geralmente aparece com a perda de bens pessoais, o sentimento de perda dá azo aos vampiros espirituais, os quais se alimentam das dores dos seres humanos acossados por esse sentimento de estar só, ao léu, abandonado, esquecido, desvalorizado, enfim, é realmente uma dor estranha e muito intensa que às vezes leva à loucura, e até à morte. Porem, isto jamais acontecerá se você se dispuser a entrar em estado de graça, fato que somente depende de você. É como se você fosse ajudar seu filho e ele aceitasse a sua ajuda, assim, deverá estar aberto à ajuda de seu pai espiritual, ou de seus irmãos mentores.

Obs. Entidades podem ser entendidas como energias.

Criar é a arte de sair da solidão.

Nada é mais vivo do que a arte, ela é divina, posto que fuja dos pragmatismos acadêmicos, a verdadeira arte é impar, é a marca registrada do verdadeiro artista, pois, a arte é a ação de criar, e criar aquilo que na sua essência é ímpar, por isto o artista é admirado na arte que cria. Vejamos um músico que fez uso do aprendizado convencional, estudando profundamente o solfejo, e a leitura das notas musicais, porém, ao executar o seu instrumento, se não criar a arte de seu sentimento, é mais um apenas na sua mediocridade musical. Isto acontece com escritores, músicos, cantores, pintores, escultores, atores, etc. Então, a arte tira você da solidão, e aqui pode se enquadrar o artesanato, enfim, qualquer ocupação que lhe faça feliz. A mais nobre de todas as artes é indubitavelmente a filantropia do amor convencional. Esta com certeza suplanta todas as demais.

A solidão é você, portanto, aprenda conviver consigo mesmo.

A solidão dá-nos a impressão de ser um grande vazio, porém, a sutileza mental vai, além disto, pois, na solidão existem os maus pensamentos camuflados de “vazio”, pode crer amigo leitor! A solidão faz parte da sua mente pensante, ora, qualquer ação depende de sua mente e, muitas vezes você pratica atos inconscientemente, haja vista, quando está dirigindo o seu auto, quantas e quantas vezes você muda de marcha e jamais se dá conta deste ato corriqueiro. Então compreenda que essa suposta solidão está acompanhada de sentimentos melancólicos, fazendo-o entrar em depressão. São resquícios de sofrimentos e condicionamentos passados. É mais ou menos como aquele que envelheceu e não se deu conta deste fato, então vem a aposentadoria forçada pela idade e, ele se acha um imbecil inútil, posto que antes arcasse com as despesas do lar, coisa que foi ceifada pela minguada aposentadoria. Muitos desses honrados senhores morrem literalmente de solidão, achando ser solidão. Na realidade a pseudossolidão tem muitos sentimentos nela embutidos.

Vamos falar da solidão vista como estando você a sós, e mais ninguém, insulado no mais profundo degredo o que pode acontecer em qualquer parte do planeta. Quando a “Coisa” vem lhe assolar a alma, tirando-lhe a paz sem motivo “lógico”, através da chamada depressão, que no fundo trata-se de estado de espírito depauperado. Uma tristeza enorme invade o seu ser, e você não sabe como agir e sem saber a sua causa. Devemos entender que o condicionamento é algo que realmente fabrica o estado mórbido de solidão. Quando alguém se torna condicionado, hipnotizado pelo ato contínuo de agir sob a repetição mental, e, quando perde esse condicionamento, chega-se à solidão. É como a nave que perdeu seu norte. É o grande saudosismo daquilo que se foi e, que ficou nos dias felizes do passado. Notamos então uma infeliz atitude humana, a de distrair a mente com o mesmismo, e por isso mesmo a grande maioria humana chamada de povo, e pejorativamente de “povão” é subjugada por uma ínfima quantidade de déspotas que a governam. Pelo simples fato de se distrair a mente repetindo a mesma e velha história do dia-a-dia. Isto é a mais pura preguiça mental, porém, livram-se da solidão pela maneira mais simples, obedecendo ao sistema. Na velhice é comum sentir-se assim, já que a sociedade de certa maneira joga seus velhos formados neste condicionamento a escanteio. E isto é fato recorrente, e seria hipocrisia negá-lo. Mas, sabendo-se de que a existência humana é assim o jovem deve se preparar para enfrentar esses dias, para não sucumbir na solidão. E essa preparação depende muito do seu estado de espírito, já que todos um dia se não morrerem, ficarão velhos e consequentemente morrerão. Porém, esse estado de solidão não é privilégio de velhos, e sim dos mais jovens também. São seres humanos criando seus mundos e apegando-se a eles, e quando os perdem sentem-se frustrados e vêm à solidão. Então se cria a misantropia, a xenofobia, não querendo mais saber de pessoas, culpando-as de serem as causadoras ingratas desses momentos doloridos. Quando se chega à senilidade há de se dar lugar aos jovens profissionais, e há de se entender que é assim a vida. No entanto, deve-se adaptar ao momento de cada existência, pois, sempre há o que fazer para se obter os dias felizes da terceira idade. A filantropia tem sido a saída para muitos idosos. Pois, sentem-se úteis ao praticá-la despistando a solidão.

A sua mente é um universo desmesurado, onde existem pensamentos incríveis a afetar suas ações. Então você vê fantasmas onde eles não existem. Da mesma maneira vê paraísos. E assim vê a solidão. Aqui vale dizer que, apesar deles não existirem, sua mente pode criá-los. Aliás, qualquer sentimento humano ocupa um espaço no universo, onde se aceita todas as formas de energias criadas pela sua mente desde a nostalgia à alegria. Muitos suicídios acontecem com a desculpa da solidão. Então não se entende o que é solidão, posto que muitos citadinos e até cosmopolitas cometam essa atrocidade, esse sacrilégio. Aliás, suicídios existem de muitas maneiras, o lento, que se pratica fazendo uso de barbitúricos, ou de drogas literalmente, ou com overdoses usadas pelos homens de grandes centros urbanos à forca dos solitos periféricos. Então a solidão é intrínseca, advinda do nosso mundo interior, que é o maior universo criador do bem e do mal. Ela se apresentará somente à cabeça baralhada, estouvada, tisnada, perdida nos fatos da vida, aquela com problemas existenciais. Eis o ditado popular: “Cabeça vazia é oficina do Diabo”. Obviamente este verbete “vazio” não é realmente o valor do significado deste ato, aqui neste caso haveria de ser: “cabeça ocupada com o mal”, ou “cabeça desequilibrada”. Nossa mente é tendenciosa, está sempre a procurar algum sonho do lado prazeroso ao masoquista da vida (o que não deixa de ser prazer àquele que o detém como fetiche). Dor e prazer são as causas naturais da vida humana e seus encantos e desencantos. Portanto, o vazio aqui descrito é o fator indutor da mente, direcionando-a rapidamente aos maus pensamentos, até porque é mais fácil destruir do que construir, haja vista implodir um prédio e reconstruí-lo, nota-se uma distância enorme entre estes dois atos. Então há de se lutar contra os pensamentos distorcidos, aqueles que podem nos trazer grandes dissabores. Somos pegos pelas nostálgicas lembranças de nossas perdas, como dos entes queridos os quais nos deixaram, e com essas lembranças ficaram os sentimentos mais nobres de perdas como do amor, da consideração, da amizade, companheirismo, apoio, ombro-amigo, podemos citar os bens da saúde e beleza física, daquele carrão, daquela mansão, daquele monte de dinheiro, posição social, enfim, tudo aquilo que um dia fenece.

Vamos esclarecer, cabeça vazia é aquela privilegiada com o dom da meditação profunda, cheia da essência divina que é o seu eu maior, sua essência, seu substrato, sua alma... Jesus Cristo disse aos seus discípulos: “Apresentai-vos a mim vazios para que eu vos encha”. Deixar a mente vazia não é tão simples àquele que está preocupado com os bens desta vida, posto que direcione todas suas energias a esses bens. Porém, é possível ser despojado, sem desprezar esses bens, sempre dependendo de cada cabeça. Afirmamos categoricamente: é o equilíbrio que nos tira da solidão. Todos esses sentimentos são dirigidos ao mundo virtual àquele que tem a grande força, embora, não se preste tanta atenção nesta preponderante verdade. Vamos tecer uma simples comparação com o nosso mundo paralelo e etéreo à luz da nossa visão. Uma bomba nuclear é ínfima ao compará-la com a sua força destruidora, posto que suas partículas sejam invisíveis, porém, sua força destruidora é bem visível aos que sobrarem de sua devastadora catástrofe. O sentimento de solidão é semelhante a uma dessas bombas nucleares, pois, traz em seu bojo o desânimo, a apatia pela existência, portanto, para se livrar desse malfadado sentimento, se faz necessário ocupar a mente com um sonho, ou apenas um afazer diário como este de escrever, este ato obriga o escritor a pensar, ou entrar em estado de graça usando a intuição, a mãe de toda a criação humana, prerrogativa que serve para todas as artes, ofícios e ciências. Rivalizamos a potência de uma bomba nuclear e seu efeito óbvio, destruidor. É como a solidão, força invisível, porém, devastadora. Naturalmente estamos tecendo comparações com as forças da matéria invisível às da mente também invisível. Porém, podemos fazer o mesmo, comparando com o poder construtor do raio laser, que muito tem ajudado a ciência médica nas curas e muito mais, com o amor incondicional.

O amor incondicional elimina o medo e a solidão.

Quem pensa que o amor incondicional é andar por aí fazendo “caridade hipocritamente”, está redondamente enganado. O amor implica em grande sabedoria, aliás, não há sabedoria alguma capaz de explicá-lo. Ora, ora, se há muito tempo Jesus, o Cristo, disse: “Deus é amor”, então aqui tudo se resume, e não há quem explique Deus. Porém, resta-nos o consolo de senti-lo, cada um a sua maneira. Quem ama de coração sincero, é generoso, não tem malícia, não se preocupa com as atitudes alheias, porém, se precata, é sábio, como disse novamente o mestre Jesus: “Sede simples como a pomba e prudente como a serpente”. Anteriormente quisemos dizer exatamente isto com relação à solidão, sendo que nossos pensamentos são sutis, e se não nos ativermos aos seus engodos, apenas ficaremos a sofrer por conta das entidades maléficas a sugarem nossas energias. Então a luta começa dentro da gente. Autoengodo é o nome, autochantagem emocional, a luta interna é a maior inimiga do homem, ou seja, você lutando contra seus pensamentos insanos. Querendo entender aquilo que não tem a menor necessidade de ser. A perturbação mental é terrível ao seu portador, que age aleatoriamente trazendo graves consequências à família e amigos, ou estranhos. Quando a solidão se aprofunda na mente desavisada, tudo se espera do paciente sofredor chegando às raias da loucura, e como verdadeira obsessão pode causar grandes males aos outros. Temos vistos crimes hediondos de filhos contra pais, pais contra filhos, irmãos contra irmãos, sem causa que justifique crimes tão bárbaros. Com certeza essas mentes estiveram vazias por lapso de tempo e logo foram empurradas para tais atos criminosos. Pois, na nossa sociedade moderna, nada justifica crime nenhum, imaginemos então quando cometido entre filhos e pais. Aqui se encontra a solidão, revestida com outros nomes, pois, quando ela chega avassala a mente incauta, há de se vigiá-la constantemente. Naturalmente quando uma mente se encontra ociosa, na realidade fica maquinando o mal, até de forma inconsciente, dá aquela impressão de vazio estonteante, porém, o subconsciente jamais pára de trabalhar e, perdendo a razão vai fazer o que não se deve fazer. Ficando mais ou menos assim, você chega para uma pessoa desequilibrada, perturbada e pergunta a ela se tal atitude errada deve ser evitada com a mais absoluta certeza era dirá que sim. Porém, ao transcorrer das horas passa a cometer aquele ato errôneo, ou seja, o mesmo ato que condenou horas atrás sem a menor cerimônia, e sem peso na consciência. São pessoas de mentes cauterizadas. Como aquele político sem escrúpulo, que prega na sua tribuna a honestidade, mas, pratica a desonestidade. Conhecemos muitos deles, e o povo também com a sua mente queimada continua reelegendo-os. Para não sentir a solidão a mente incita a pessoa a fazer qualquer banalidade.

Saudade e culpa

Estes dois sentimentos que fazem da solidão, um misto de “solitude culposa, ou de peso na consciência” quando praticada contra àqueles que já se foram, e nada se pode fazer do ponto vista físico. Restando somente o amor próprio transformado em autoperdão. Trata-se de “não chorar o leite derramado” sem perder a consciência do erro cometido, e do autoperdão adquirido. Errar é humano, e autoperdoar-se também. Quem se foi também foi humano e cometeu também seus deslizes com outros irmãos. Portanto, o perdão é divino, e o autoperdão implica em amar o próximo como a ”si mesmo”, quem não aprendeu a se perdoar não sabe amar nem a si e nem ao seu próximo. Da solidão podem surgir bons pensamentos de louvores à solitude, trazendo alento, o verdadeiro alimento de nossas vidas como o poema que se segue.

Magia da vida

Oh... Magia que a mim me deu vida um dia. Olhando ao céu de anil, procuro analisar o meu perfil, perfilado aos seres viventes neste plano varonil e inocente. Varão aperfeiçoado para a luta neste planeta azul, às vezes de força bruta, com muito verde ainda, antes da morte finda. Reluzente luz da vida universal. Apenas um ponto vivo, este sou eu, juntamente com outros tantos desejosos em saber o que acontece no misterioso plano astral. Vidas vêm, vidas vão pelos vãos dos dedos.Vida enrolada ou normal, aguardando o maior segredo, neste velho e vão degredo à procura do nada absoluto, vida e luto. Porém, a mim me convém saber do agora, apesar do momento, haja aurora, pois, sei que nada sei. Descortina-se o verbo o qual devo conjugar ao giro desta vida a girar, e cumprir o meu dever eterno, mais uma vez. Vida terrena, vida animal, ora açúcar, ora sal. Aprendizado do bem, e também do mal. Porém, não deve me assustar, esta é a escola de bilhares e bilhares de seres sentados em bancos escolares, a descolarem ensinamentos eternos, e a serem usados nos tempos etéreos, quais somente a eternidade pode conceber a essa escola na qual vim para aprender.

Duro na queda

Seja duro com a solidão, pois, fazer que não a vê; seja ignorar a vida, traduzindo-a em jardim florido, isso só se vê mesmo na tevê, àquele que se acovardou e para si guardou o seu avaro prazer. A vida é luta renhida, sim senhor, para se crescer com paciência, tolerância e clemência na prática do amor deixando a ânsia de sobrevivência e na labuta da malquerença apenas se defender. Seja duro na queda, posto que sofra menos, saindo de lugar grande sem se tornar pequeno. Lutar em desânimo aumentará o veneno. Faça-se duro para tornar sua vida amena. Faça-se mais do que inteiro, porém, mantenha-se sereno. Que diferença faz, ser menina, moça, jovem, menino ou rapaz.

Estamos todos na eternidade!

Jbcampos

http://escritorcampos.blogspot.com

jbcampos
Enviado por jbcampos em 07/07/2009
Reeditado em 22/09/2009
Código do texto: T1687882
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