Feliz dia dos Namorados! (Para quem é solitário)

O dia pede atenção. Pede carinho. Pede companheirismo. Saudades tenho do tempo em que amava e era amado. Hoje, amo sozinho. Me amo loucamente, como se fosse o último ser humano da Terra. Não deixo de amar por egoísmo, ou por puro narcisismo descabido. Deixo de amar por desconhecer o amor.

Ontem, me achava enamorado, romântico como um adolescente, um colegial. Hoje sei que o amor não é aquele nó na garganta que sentimos ao ver a outra pessoa. Não é aquela vontade incontrolável de cair nos braços de alguém. Muito menos é o desejo de matar a machadadas aquele coleguinha da sala ao lado que merece todos os suspiros de nossa musa inspiradora. Que seria então o amor? Cruel dúvida.

Aprendi que amar é sofrer. Quem assim ensinou certamente nunca amou, apenas sofreu. Amar não é sofrer. Não pode ser sofrer. A perspectiva de que o amor seja apenas se martirizar por outro alguém é por demais repugnante. Quando ouço uma pessoa dizer "amar é sofrer", logo imagino um par de cilícios em minhas coxas, um chicote de couro em minhas costas, ou uma ferpa no meu dedo.

Aprendi a sofrer antes de amar, por isso me é certo de que amar não é sofrer. Malditos ensinamentos ortodoxos! Querem subjugar o ser humano antes mesmo de proporcionar que conheça ele a vida devidamente.

Amei muito. Sofri muito. Individualmente. Simultaneamente.

Hoje, sei que quero amar. E sei que não estou só em meu desejo. Compartilho com o mundo o desejo e a esperança de que amanhã será melhor que hoje, mas nada representará perto de depois de amanhã.

Dia 12 de junho. Lembro-me desta data como sendo o dia dos namorados. Não para mim. Não hoje. Se me entristeço? De maneira alguma. Se acredito no melhor é porque aguento o pior.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!