NA DISTÂNCIA...
Na distância, que se interligam dois telefones,
vozes se cruzam, uma ouvindo da outra
frases de amor nunca ditas por nenhuma língua,
somente a de um e outra ou de uma e outro,
no contêxto da saudade e da paixão vividas,
entre pactos de juras mútuas...
Se é ele e ela ou ela e ele, em linha paralela,
vóz indo e vindo transpondo o horizonte,
trem que leva destinos no se falar, apenas,
é o telefone, que se viaja, via vóz,
de uma estação à outra, sendo, de coração a coração,
em embarques e desembarques de fortes emoções,
enquanto se viaja, via telefone, nos trilhos do amor,
sem que se queira que se desencarrilhe
com as intempéries do tempo, que chega e nem se percebe,
porque se dá uma ao outo ou um à outra, muito bém,
e não se quer pra si ilusórias promessas, de que,
as delícias de uma vida a dois passe, assim, depressa,
dando-se adeus, no contorno de ultrapassagem,
e de um possível retorno, por tudo se fazer do que houve
numa outra vêz e que se leve para o além, na continuidade
das linhas paralelas de um telefone, no se falar da vida...