NA DISTÂNCIA...

Na distância, que se interligam dois telefones,

vozes se cruzam, uma ouvindo da outra

frases de amor nunca ditas por nenhuma língua,

somente a de um e outra ou de uma e outro,

no contêxto da saudade e da paixão vividas,

entre pactos de juras mútuas...

Se é ele e ela ou ela e ele, em linha paralela,

vóz indo e vindo transpondo o horizonte,

trem que leva destinos no se falar, apenas,

é o telefone, que se viaja, via vóz,

de uma estação à outra, sendo, de coração a coração,

em embarques e desembarques de fortes emoções,

enquanto se viaja, via telefone, nos trilhos do amor,

sem que se queira que se desencarrilhe

com as intempéries do tempo, que chega e nem se percebe,

porque se dá uma ao outo ou um à outra, muito bém,

e não se quer pra si ilusórias promessas, de que,

as delícias de uma vida a dois passe, assim, depressa,

dando-se adeus, no contorno de ultrapassagem,

e de um possível retorno, por tudo se fazer do que houve

numa outra vêz e que se leve para o além, na continuidade

das linhas paralelas de um telefone, no se falar da vida...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 14/04/2009
Código do texto: T1538994
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