O AMOR PRIMEIRO
O amor primeiro chega sorrateiro e sutil, tal qual cometa a transitar no espaço sem que deixe rastros de sua magistral luz brilhante, e, ele, por
si só, não permite que se viaje com ele por entre as estrelas, sob o sol dos dias, e da lua, das noites, nas tempestades das controvérsias
do ciúme doentio, e do querer-se mais do que menos, se desintegrando
e se colidindo nas rochas da ironia e da indiferença, pois, ao se juntar
seus pedaços, fica-se em frangalhos, sara-se das feridas, mas a dor
constante das cicatrizes ficam, e, de vêz em quando, machuca, ao
inflamar-se a saudade, indo e vindo, chocando-se de frente e se
esfacelando-se em pedaços injuntáveis, porque, o imã do afã afetivo
que se tinha perdeu seu magnetismo, e, já, não, mais, se gruda a ele,
por via incorreta das dúvidas pendentes existentes.
No entanto, com se diz por aí, a esperança morre por último, sempre,
jamais antes do depois e, por isso, acha-se que, ainda, ir-se-a, ver
os vagalumes e os grilos à noite, os pássaros voando e os peixes a
nadarem, os beija-flores e as borboletas nos jardins e ainda correr-se-a de mãos dadas rumo à felicidade almejada que estava tão perto,
ao alcance dos olhos, dos lábios e do coração, mas que se camuflou
na neblina da distância, e a teimosia separou algo tão lindo, devido
ao excesso de desconfiança e ciùmeira em alto grau de risco do se
querer ser mais do que se devia, ao amor ao seu amado e do amado
ao seu amor.