AO AMAR-SE...
À medida em que se avança ao amar-se
uma certeza cresce de consôlo,
sente-se misericórdia, sente-se perdão,
sente-se amor próprio, sente-se ternura,
sente-se gratidão no mais profundo do existir...
E se oferece alegria serena e coêsa,
paz e confiança extremas oriundas do amor...
Se têm motivos para cantar, ao longo do caminho
no tempo, percorrido, em exaustão febril...
Olha-se nos olhos, se faz silêncio,
retorna-se às fontes, se retomam forças...
Em tudo, se vê, mais forte...
O silêncio fala em nome da certeza,
nas vitórias e nas alegrias vindouras,
nas mágoas escondidas e no se negar a esperança...
O amor deve sempre estar presente
quando se trabalha e quando se descansa,
quando se escreve, se ora e se medita,
quando se busca partilha e quando
se sofre com as injustiças...
O amor é algo raro e maravilhoso
que nenhum dinheiro compra...
É água pura e límpida ao sedento,
e que sôbre ele se debruce para se beber
de sua explêndida fonte abundante...
Mesmo até, quando os desertos assolam,
o amor é oásis na jornada causticante...
O amor é sempre o mesmo, desde ontem,
durante hoje e por todo o amanhã
do futuro temporial, inauterado jamais sendo,
compassivo e bom, se mostrando...
Plenitude sem acasos, com força e coragem
sempre sempre, em si mesmo...