Ao meu primeiro neto II

Por: Egídio Garcia Coelho

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Ao meu primeiro neto II

Minha nossa! Veja só nas palavras da tua mãe abaixo, a enrascada que me coloquei quando te escrevi o texto I em 23/DEZ/2005.

16/02/2006 13h29 - Jucélia P. C. Coelho

Sei que eu já havia lido e agradecido a ti este texto maravilhoso pessoalmente, mas só hoje tive a oportunidade de acessar este site, e quero deixar aqui registrada minha emoção. Te chamar de "sogro" simplesmente parece pouco, quando meu coração te reconhece muito mais como "pai". Seu NETO é a prova concreta de que teus ensinamentos sobre amor, fidelidade e harmonia deram certo! Obrigada pelo filho maravilhoso que colocaste no mundo! Obrigada por me fazer ter certeza de que assim como foste na tua jornada como PAI, também serás o melhor avô do mundo! Sou feliz porque além de amar meu marido - que é teu filho - amo também a ti, tua esposa e teus outros dois filhos! Agradeço a Deus por esta benção! Beijos no coração! Jucélia

Viu só que dureza?

Tua mãe a dizer que serei o melhor avô do mundo...

Meu querido Pedro Henrique! Saiba que teu avô é apenas um mortal comum que se esforça para propagar o amor que, na graça de Deus, lhe foi presenteado ao longo dos seus 50 anos.

Há, e por falar na minha idade, lembro-me que quando te escrevi, disse que estava prestes a completar meio século da atual existência e treinando para ser vovô. Olha, já tenho agora meio século e quero de confessar uma coisa: “Juro de pés juntos que não faço ideia de como fazer para ser o tal avô que tua mamãe espera e que no fundo eu quero realmente ser. O que sei agora é que estou contando os minutos a te esperar e meus dedos atrevidos não param de passar por sobre o barrigão que te abriga”.

Sei que posso estar irritando tua mãezinha que pode-se dizer, está agonizando (digo no sentido figurado porque está cheia de vida e muito saudável) com o final dessa tua gestação. Mas, como cinestésico que sou, do tipo pegajoso, como diz a tua avó Aurina (que vem me aturando desse jeito há mais de 30 anos), sem poder te pegar no colo e te sentir mais perto, é o que posso fazer enquanto espero o teu nascimento.

E por falar em nascimento, vê se te liga aí com o teu anjo da guarda para ter coragem de vir ao nosso mundo, aqui fora, o quanto antes.

Não tenhas medo. Pois, em meio às turbulências que sei estar percebendo no planeta, irás encontrar alguns corações em harmonia a te esperar cheios de amor. Pode confiar aqui no teu avô que, mesmo sem saber ainda como fazer para honrar o compromisso que tem contigo, tem uma fé inabalável no Criador do universo que te presenteou com o privilégio dessa existência humana. Estarei contigo para sempre, mesmo quando não fisicamente e assim, toda minha experiência estará voltada num plantão permanente para que algumas decepções inevitáveis sejam superadas. Nosso mundo tem muitas desigualdades que sem um bom entendimento da mecanicidade do universo, fica complicado aceitá-lo. Saiba que cada um, segundo seus méritos, deverá enfrentar obstáculos dos mais diversos. Por muito tempo fiquei perdendo meu tempo a culpar a tudo e a todos pelos meus resultados positivos que demoravam a aparecer. Até que na graça de Deus, me foi revelado que estava em mim mesmo o motivo das turbulências que me perseguiam.

Então querido! Vou deixar que meu coração cheio de amor seja guiado através de orações e muita devoção para encontrar a forma ideal de ser avô e queira Deus que eu não venha decepcionar a ti e tua tão dedicada mamãe Jucélia. Tenho pouco falado do teu papai Paulo Henrique, mas, para minha felicidade, ele vem fazendo bem diferente do que eu fiz quando ele e teus titios estavam pra chegar. Está sempre presente e gravando os teus sons nos exames de ultrassonografia. Vive a fazer cursos (junto com tua mamãe) de preparação para vir a ser um papai de verdade. Quem diária? Em pleno século vinte e um, quando tantos dizem que esse negócio de família é meio careta, vemos um papai de 25 anos, chocando e se educando a cada dia com a preocupação de constituir um lar exemplar. O que me conforta meu netinho! É que mesmo demorando um pouco para entender a realidade da vida, voltei-me em tempo para restabelecer a harmonia e integração do berço familiar que acabou resultando na tua janela cósmica para a dimensão física no reino humano. Não me canso de te agradecer por nos ter escolhido para conviver na tua jornada.

Vou parar de escrever e continuar na minha ansiedade que só vai terminar quando revolveres nos mostrar, cheio de coragem, teu rostinho tão esperado...

Florianópolis, 23 de março de 2006.

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