DOR CONJUGAL

Ao amor que se atrela todo sentimento ermo,

esquece-se de dizer-lhe que, doentio se era, enfermo,

estéril, e, achava-se, contudo, não só ser-lhe potente,

mas, capaz, enfim, de que, a geração familiar continuasse...

Infelizmente, a ele e à ela, resta-lhes o consolo de ver

os filhos alheios nascerem, crescerem, casarem-se e

multiplicarem-se, porque, não se pôde gerar as sementes

do amor, ao menos uma delas, para que viesse a florescer

no jardim sentimental que tanto se zela com sabor prazeiroso...

mas, a sentença foi-lhes imposta,

jamais se será pai ou avô ou mãe e avó, e só lhes resta

apreciar e brincar como que a vida lhes propõe, mesmo que,

alheio a eles dois tudo seja, apesar dos pesares

de não poder se ser pai e de não se ser mãe...

E essa dor conjugal é deveras insarável, insuportável,

é ferimento que não cicatriza com incisão alguma nenhuma,

até mesmo feita pelas mãos do possível talvêz...

ESTE RELATO É, MEIO QUE, TRISTE, AO SE LER,

MAS, MOSTRA A REALIDADE DE MUITOS CASAIS

QUE NÃO PODEM TER SEUS FILHOS LEGÍTIMOS E

SE LIMITAM À AJUDAR AS FAMÍLIAS, DANDO SEU

AMOR TOTAL A FILHOS A ELES ALHEIOS, ENFIM.

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 29/09/2008
Código do texto: T1202142
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