O PRIMEIRO DIA
O primeiro dia de amor entre seres que se amam,
se gostaria de que, jamais, acabasse, mas acaba,
como da forma que se inicia, se, não se souber
ter zêlo e cautela, pois o amor tem sensibilidade,
tal qual ímã que, se cola, se descola, facilmente,
e, a oportunidade que a ele se deu é ignorada.
MAS, como só o amor tem disso, perdoar e perdoar,
se, preciso, ele sempre dá uma segunda chance,
segunda vêz, segundo dia para revivê-lo, e, se,
necessário, o terceiro, mas, no quarto dia, não tem
jeito, diante do terceiro vacilo não tem mais chance,
mais uma vêz, mais um dia, tudo se termina, se consuma
com a morte trágica e traumática desse amor, que,
sepultado será, para sempre no coração traído,
num sombrio canto de solidão do lugar da saudade
de tudo o que se passou, em reprise de fime
na cãmera do tempo, que guarda tudo em arquivo,
e, que, de vêz em quando, de tudo se lembrará.
Se lembrará, sempre, com lágrimas nos olhos
do rosto da alma que amada fôra e que, agora,
mais não se ama, porque, nem tudo o que se separa
se une e nem tudo que vai volta e nem tudo
que se diz se escreve, e, algumas juras feitas se quebram,
tal galho seco balançado pelo vento das contrariedades
tempestivas em nuvens negras expêssas
no céu nem sempre azul dos amantes.