O MENINO E O SEU SONHO



Hoje é dia 14/08/2008,
dia de Olimpíada,
dia de júbilos e dia de pranto.
Dia de superações, dia de sonhos,
dia de rostos perplexos tamanho espanto,
a que são surpreendidos.
Hoje é dia de homens vencedores
e de homens vencidos,
é dia de glória para uns,
enquanto outros esquecidos,
se escondem atrás de alguma desculpa,
para fugirem da vergonha de suas realidades.
Mas, hoje também é dia
da realização do sonho de um menino,
que nos meados dos anos setenta,
conheceu a luz do dia,
lá no meio do mato, do sertão da Bahia,
numa casinha feita de barro,
feita de tábuas e feita de amor.
Ele que nasceu naquele lugar seco de esperança,
desprovido de perspectivas,
se não a de se tornar um bom manuseador
de foice e de enxada e na maior das hipóteses,
um vaqueiro de invernadas.
Mas o menino cresceu,
pelo mundo correu,
encontrou amigos,
encontrou consigo mesmo,
construiu castelos,
gerou dentro de si sonhos,
e começou a sonhá-los com todas
as forças do seu coração.
Fez teatro, contou piada,
escreveu peças, pregou outras,
interpretou dramas e se fez também comediante.
Mas o sonho do menino estava longe,
bem mais adiante...
E ele foi ao seu abraço.
O menino da roça, agora já um homem,
tornou-se um poeta.
Escreveu livro,
e hoje o livro do poeta está na prateleira,
de uma esdande, de um lugar gigante
chamado de BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO!
Ele que saiu da roça, foi à escola
depois dos 11 anos,
fez amigos, fez castelos,
construiu esperanças,
sonhou sonhos,
hoje está lá inspirando para outros
o que outros um dia inspiraram para ele:
ter esperança,
ter e lutar pelos sonhos,
e carregar dentro do peito
o desejo de sempre seguir adiante 

luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 15/08/2008
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