REALIDADE DE HOMENS

Subdivida entre caminhos, prossegue com ângulos diferentes, a realidade de homens e com ponto de vista... subdesenvolvido em condições.

De um lado a sociedade e suas cobranças, do outro as necessidades básicas no controle da existência.

A fome incontrolável. De ter um teto digno, de possuir alimentos, de ter padrões visuais razoáveis e a de parafernálias que julgam depender. Tudo acontecendo sobre o mesmo céu e na terra dos vivos ou dos quase vivos...

Fome de decência, de respeito, de pessoas de bem... numa moral evoluída.

E a fome permanece na humanidade, porém teria que, se começar de novo, entre princípios. Coisa que iria gerar um enorme espanto. Pois mudanças incluem riscos e perdas... teríamos que ir de um pólo ao outro, determinando suscetibilidade ao que seria parte da história no limiar da entrega e na concepção de valores.

Nos dias de hoje há homens brincando como guerreiros, vivendo o drama das telas... e se produzindo para odisséia... vestem-se com armaduras em punhos e como crianças exibem seus pirulitos de metal, numa luta desumana, obscura e desigual, onde o poder caracteriza a brutalidade e a falta de prudência. Vence quem cria mais rivalidade, quem assusta mais, quem controla pelo medo.

A maioria é jovem, determinados pela conseqüência dos fatos. Tomados pela ira de uma pobreza patética e extremamente familiar. Tornam-se desvairados, sem motivos pra viver, sem idéias pra pensar, sem condições que os tornem livres da marginalidade.

E são as falhas do sistema que criam a miséria. É a incompreensão que cega e aumenta a violência. Violência gerada também por homens que se dizem de bem, mas que permanecem de braços cruzados diante do tempo, que não pára nem concerta erros alheios.

E muito se tem dito sobre possíveis soluções. Porém a fome continua e não vemos a mesma preocupação para saciá-la, ou pelo menos para amenizá-la. Mas ao invés disso, estamos tornando-a cada vez maior.

Muitas religiões sobre a face da terra, muitos pensam que com orações conseguirá efetuar mudanças, mas é errôneo agir com fé sem disponibilizar atitudes virtuosas, sem mover-se na direção do outro...

E é tudo ausência de amor. Há uma carência profunda na humanidade, uma inversão de valores, uma pobreza de espírito.

Estamos amando em menor escala. Amando por obrigação, amando sem o coração. Condicionamos nossos sentimentos, exigimos mais do que damos e damos sempre o que sobra.

Tudo isso é o que faz com que padeçamos. É o que nos torna secos por dentro e dizimados por fora.

Quem poderá nos salvar?

E salvar do que e salvar de quem?

De nos mesmos?

Somente o amor que estamos guardando, mas bem que poderíamos viver o amor ao invés de sustê-lo. Quem sabe no dia que nós conseguirmos vivenciá-lo, não haja mais tempo para a vida?

À hora é agora e o momento se relaciona.

QUANDO SE CORRE DE ALGO, É QUANDO MAIS SE APROXIMA.

Fim desta, C. Santos.