AMIGO É COISA PRA SE GUARDAR...!
(de Goiânia – GO) Em Canção da América, Milton Nascimento canta que “amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, dentro do coração...”; eu não tenho dúvida alguma de que isso é uma verdade, mas que uma amizade deve ser recíproca, verdadeira, leal, dentre outros predicados que a envolve. Eu conheço muita gente que tem nos amigos uma relação muito mais agradável do que com a própria família.
No ultimo seriado exibido pela Rede Globo, um grupo de amigos revolucionários da década de 70, se encontram após longos anos e muitos desencontros, para celebrar a vida e o reencontro dos “queridos amigos”; durante este reencontro, muitas mudanças, muitos choros, muitos sorrisos e muitas diferenças, pois raramente os amigos são iguais.
Daqui de Goiânia, belíssima Capital de Goiás, cujo motivo de minha visita é extremamente profissional, pude enxergar novamente o calor provocado por uma amizade ou pelo menos uma oportunidade de continuidade de várias amizades.
Já faz 20 anos pelo menos que eu era um jovem estudante e andava pelas “Terras do Sem Fim”, São Jorge dos Ilhéus, quando sem querer, uma família de três crianças e seus pais, todos goianos, apareceu em minha vida. Ficamos amigos e pudemos curtir alguns bons momentos juntos; trocamos uma ou duas correspondências no ano seguinte e jamais tive qualquer notícia deles; ano passado, com a evolução da informática, consegui encontrá-los por intermédio do Orkut e hoje, 20 anos depois, tive o prazer de encontrá-los pessoalmente. Confesso que mesmo acostumado a todo tipo de emoções, fiquei muito emocionado e feliz, por saber que uma amizade, nem o tempo, nem à distância, consegue apagar.
Também tive aqui, na mesma Goiânia, conhecer bons e novos amigos; um grupo seleto de parceiros que são amigos há décadas e que tive o raro prazer de conviver em uma de suas tantas reuniões fraternais, sempre regadas a um bom papo e boa comida. São empresários, médicos, políticos, enfim, todo tipo de profissional, todos bem sucedidos e o que é melhor, de bem com a vida; sorridentes personagens que se encontram para celebrarem o que há de melhor em estarem vivos.
Nas duas situações vividas aqui, no Cerrado do Planalto Central, pude contemplar dois pólos, dos tantos existentes, entre os relacionamentos amigáveis; um reencontro que pode selar uma nova etapa entre amigos e a celebração saudável dos velhos e bons amigos. Tudo isso me deixou saudosista, me fez lembrar meus bons e velhos amigos de infância que não pude cultivar por causa de minha vida meio nômade; me fez pensar um pouco mais que o valor de uma amizade não tem dinheiro que pague e deve ser regada pela melhor água, pelas melhores mãos e pelos melhores corações.
Aos meus amigos de reencontro, após 20 anos de ausência, meu abraço fraterno. Obrigado a Valcyr, Beth, Fernanda, Natália e Rodrigo, a Família Freitas que estava em Ilhéus e que se permitiu um pouco de doação de seu carinho, inclusive com o reencontro em Goiás.
Aos “velhos amigos”, Allan Robson, Marcão, Magela, Roberto William e Daniel Goulart, que seus encontros sejam duradouros e prazerosos e se sobrar um cantinho para um novo sócio, permitam-me chegar aos poucos.
Viva a vida por que a vida é bela e breve...!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
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