Comentário poético recebido – II
Este foi o comentário deixado pelo meu querido POETADADOR, Antenor Elcio, atualmente em Barcelona, onde faz doutorado em Neurologia.
Leiam o poeta.
"Na longa noite da vida, parei na beira da estrada, deixando-me assim ficar, só pra lhe encontrar.
Meu tempo seguiu em frente, e eu simplesmente fiquei.
Fiquei a observar outras vidas que passavam, escutando conversas, sentindo desilusões e fracassos, mas sem lhe encontrar de fato. Sonhei com todos seus sonhos, lhe vi partir tão rápido como chegou; e deixei-me ficar, parado, sentindo o vento passar, perdido no meu tempo, sem tempo algum onde me encontrar.
Nos momentos de solidão, enquanto naquela estrada não passava vida alguma, pensei em tudo o que vivi até ali, sonhei com o que teria vivido se seguisse o seu tempo; meditei sobre as decisões que tomei.
Aprendi com cada vida que passou, colhi para mim pedaços de histórias.
E com o passar do tempo, meus pés criaram raízes, meus braços folhagem, meu corpo endureceu.
Hoje, sou apenas uma árvore, na beira da estrada da sua vida.
Minha linda, saudades imensas de vocês todos.
Tô muito feliz. Meus filhos estão aqui.
Beijos,
Prometo lhe escrever.
Antenor Élcio (POETADADOR)"
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Amado poeta Antenor Elcio,
Gostei demais da analogia. Comparar-se ao “meu” Ipê branco, é tudo de bonito. Amo as árvores e amo as flores, nada mais lindo do que comparar-se a elas.
Você possui a beleza daquele Ipê florido.
Seu comentário conduz à reflexão, conduz ao mundo dos sonhos e da fantasia. Embarquei, de carona, em cada linha do seu texto.
É bom viajar aonde o coração nos leva.
Sinto muito sua falta, poeta amigo.
Fiquei feliz com a visita que seus filhos lhe estão fazendo.
Na segunda quinzena de julho irei à Europa, mas em solidariedade aos brasileiros que estão sendo barrados na Espanha, não visitarei "la tierra de mi abuelo".
Obrigada pelo comentário lindo e filosófico.
Beijos,
Ulli
Foto colhida antes da tempestade que se abateu sobre o lindo Ipê Branco.
Álbum "Como eu Vejo Brasília nº 2"
(Hull de La Feunte)