Amizade Insone
Ultimamente, tenho tido insônia pontualmente às 3:00hs da madrugada. Na briga com o travisseiro, entre uma oração e uns carneirinhos contados, invariavelmente um pensamento surge: a amizade verdadeira.
Penso no ditado "amigos se contam nos dedos". Será que posso mesmo contar com esses poucos?. Aí lembro da música do Milton Nascimento que diz que "amigo é coisa prá se guardar trancado a
sete chaves dento do coração". Sinceramente, eu tranco todos
eles no meu coração. Mas, será que a recíproca é verdadeira?. O
pensamento progride: "até que ponto devo mantê-los do lado esquerdo do meu peito?".
É claro que há motivos para a insônia e os pensamentos recorrentes sobre o tema amigos. É que, recentemente, chegou ao fim uma amizade que eu julgava eterna, tipo "até que a morte nos separe". Senti-me como se uma parte do meu corpo tivesse sido arrancada. Confesso: entrei em parafuso, me descabelei, (fico imaginando o que teria sido se não tivesse a preciosa ajuda da terapia).
O sentimento atual é uma mistura de vazio e decepção, embora uma reaproximação já esteja acontecendo. É que eu sinto que, como um vaso que quebra, nunca mais será igual.
Voltando as minhas divagações noturnas, estou questionando se existe mesmo uma relação de amizade verdadeira. Se existe aquela pessoa que podemos considerar um irmão; aquela pessoa para quem contamos nossos segredos mais bem guardados; aquela pessoa que nos faz sentir que nunca estaremos sozinhos e que nos estimula a fazer tudo por ela.
Não sei se sou muito exigente, mas é que, para mim, um amigo é a extensão da nossa alma.