CARENCIA AFETIVA

Mais do que Carência Afetiva, creio estar havendo uma carência de textos na Internet. Este aqui já teve pelo menos 6 formatações diferentes.

Algumas lindas, outras nem tanto´. Pena que os formatadores se "esqueceram' de mencionar o nome do autor... o que é chato demais.

O prazer do escritor é ver seu texto divulgado, mas gosta de ver seu nome citado.

Estou substituindo o Bom Dia de hoje por esta Carência Afetiva, que tem autor sim. Sou eu mesmo. Quem, já a leu, que me desculpe, mas quis protestar, e quem ainda não leu, aproveite para ler e saber que tem autor.

Osculos e amplexos,

Marcial

CARÊNCIA AFETIVA

Marcial Salaverry

Inicialmente quero esclarecer que não se trata de estar achando o afeto muito caro...

Carência afetiva, quer dizer sentir falta de afeto, de carinho, de consideração, de amizade.

Infelizmente é um dos grandes males dos tempos modernos. Parece que as pessoas estão se esquecendo do quanto é bom sentir-se amadas... sentir que outras pessoas tem algum carinho, algum afeto por si. E isso é muito importante para toda e qualquer pessoa.

Sentir que é importante para alguém. Sentir que alguém quer e deseja sua companhia. Saber corresponder a esse afeto quando ele existe.

Dizem que a solidão é a causa da carência afetiva. Pode até ser... mas existem pessoas que conseguem conviver muito bem com a solidão, desde que tenha amizades com quem possa dividir a solidão.

O grande problema é o individualismo que se observa. Pessoas que apenas procuram ver seu lado, sem se interessar pelo que acontece à sua volta, fecham-se como numa ostra. Essas pessoas provocam e sentem essa carência, pois, fechando-se numa redoma, não permitem que outros se aproximem, nem se aproximam de outros.

Precisamos sentir o que se passa em nossa volta, é necessário nos interessarmos por problemas alheios, é necessário dividirmos nossos problemas. Precisamos voltar a um tipo de vida comunitária, como existia antigamente.

Certo que atualmente é impraticável fazer aquelas rodas de conversa nas portas das casas, como antigamente. Seremos assaltados.

Não existem mais aquelas reuniões de família como antes. Parentes mal se conhecem.

Assim fica complicado viver em sociedade.

A televisão começou a afastar as pessoas. A princípio, ainda se reuniam para assistir aos programas. Porém atualmente, cada membro da família tem um aparelho em seu quarto. Mais afastamento.

Quase não conversa mais. Sente-se solidão em meio a uma multidão. Já experimentaram a filosofia do elevador? Ou do Metrô? Cada qual fechado dentro de si.

Se alguém se atreve a falar com alguém, periga receber uma resposta grosseira, pois fatalmente será mal interpretado.

Carência afetiva é um mal das grandes cidades, pois as atuais condições de vida nas metrópoles provoca tal afastamento do convívio. Nas cidades pequenas, isso praticamente não existe. Sempre existirá alguém para conversar, para trocar idéias, para sentir que está vivo, e que existe vida em seu redor.

Um dos canais para minimizar este problema, está sendo a Internet, pois através de conversas emaillatórias, formam-se boas amizades. Consegue-se encontrar um alguém para nos ouvir, para nos falar. Soltamos nossas cobras, e recebemos as alheias. Amigos existem para isso. Para ouvir e ser ouvido.

Evidentemente uma conversa via e-mail é muito interessante, porque elimina o problema do distanciamento. Apenas deve haver um tanto de sinceridade. Estaremos lidando com sentimentos de outras pessoas, e não se deve falsear com elas. "Ouvi-las" quando elas precisarem falar. Se algo pudermos fazer para ajudar, devemos fazer. Se nada pudermos fazer, só o fato de tê-las "ouvido" desabafar já será importante. O que não se deve fazer, é pouco caso... é comentar com outras pessoas o que se passou.

Temos que respeitar sentimentos alheios, se quisermos que os nossos sejam respeitados. Vamos, então, "espalhar amizade". Sermos amigos, para termos amigos.

Como primeiro passo para eliminar essa tal de carência afetiva, que tal nos darmos as mãos e nos desejarmos mutuamente, UM LINDO DIA.

TEXTO ESCRITO PELO AUTOR, MARCIAL SALAVERRY, EM 10/03/2002.

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 25/11/2005
Código do texto: T76067
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