A falsa amizade é dose

Duvido que exista um ser humano que não tenha inimig@. É uma figura inevitável. A coisa melhor do mundo é quando @ inimig@ é honest@ e sincer@.

Por que? Porque @ inimig@ verdaddeir@ é assumido contra você: em tese e por princípio, por gosto e preferência, por inafinidade e divergência.

@ inimig@ sincer@ tem a coragem necessária para dizer, de público, que @ tem por desafeto. Se necessário, @ inimig@ leal é bastante coerente para atacar, atentar contra a sua vida e sua reputação. Detonar a sua integridade física. Enxovalhar seu emocional. Zerar seus sentimentos e dinamitar seu lado espiritual.

E o bom é que @ inimig@ honest@ não faz isso às escondidas, na calada da noite ou na surdina: @ verdadeir@ inimig@ sabe ser fiel aos próprios sentimentos com a mesma honradez com que cultiva as pessoas de quem diz gostar.

Visceralmente anti-você, @ inimig@ honest@ promete o pior. E você pode esperar pelo mal de que a figura é capaz. Se não tem pedra em seu caminho, por exemplo, @ inimig@ leal anda mil quilômetros só para arrumar uma que encaixa direitinho no seu sapato. E calunia você. Joga lama em sua imagem. Quer ver você na sarjeta.

Mas... tudo bem! A criatura é sua inimig@. O jogo é declarado. Até nisso, portanto, pode haver o fair play.

O bom d@ inimig@ declarad@ é que você pode se defender de venenos que lança contra você. Difícil mesmo é lidar com a falsidade, a hipocrisia, a simulação e a dissimulação d@ fals@ amig@. É preferível @ inimig@ leal, diante de quem você se prepara para se safar. É nisso que reside o valor d@ inimig@ honest@.

@s fals@s amig@s são intragáveis. Aparentemente, @ fals@ amig@ @ trata bem. No fundo, quer a sua caveira. Ironia, sarcasmo e joguinhos idiotas são coisas que @ fals@ amig@ adora fazer com você. Mas respeito mesmo que é bom, nada.

O que vale é o entreguismo por parte d@ amig@ fals@ e o desejo que mantém de ver você no inferno astral o tempo todo, a toda hora, todos os dias.

É... como há um tempo para cada coisa embaixo do céu; e como só podemos colher aquilo que plantamos, a melhor coisa que devemos fazer é continuar nos defendendo de noss@s inimig@s leais.

Quanto a@s amig@s fals@s, o jeito é esperar o tempo da colheita porque passarão. Com certeza, esse tempo virá. E virá na mesma proporção da maldade que nos dirigem desde os próprios corações.

E que Deus se descuide de amb@s, fazendo-@s acabados por conta própria. Isso é o bastante para o nosso contentamento.

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Nota: O emprego do símbolo "@" neste texto atende a uma sugestão de estudiosos das questões de gênero, os quais criticam o fato de não termos na Língua Portuguesa recursos lingüísticos para contornarmos o problema do machismo em nossos escritos, a menos que escrevamos duplicadamente, por exemplo, "O amigo / A amiga", ou "Amigo/a". Por isso o "@" não é usado aqui no seu sentido original em inglês ("contém"), mas, transgressivamente, quer fazer um termo da Língua Portuguesa valer para ambos os sexos. Neste texto, portanto, não me refiro apenas ao universo "@.com", ainda que os inimigos sinceros e os falsos amigos naveguem por esse mar.