Arte Marcial “vs” Esporte Olímpico
Arte Marcial “vs” Esporte Olímpico
Paradoxos do Caminho do Taekwondo contemporâneo
Para o Grão Mestre Luciano Bezerra
Dizem os sábios que a palavra convence e o exemplo arrasta. E sendo assim o que pensar do protagonismo pedagógico do Mestre Luciano Bezerra no campo da esportização do Taekwondo contemporâneo praticado pela FECOT no Estado de Goiás? Ele que respeita seus alunos, as famílias dos seus alunos, respeita os atletas competidores ou não, cria espaços de aperfeiçoamento humano, como acampamentos, campeonatos com vibes positivas, incluindo as competições de performances... enfim um Mestre... que pelo exemplo arrasta, convida, convence.
Antes eu pensava que a Arte Marcial deveria ser soberana sobre os Esportes de Combate. Pensava eu que ela por deter a tradição e o legado, era herdeira legítima do respeito e hierarquia. Estava eu enganado. A hierarquia só é real quando os gestos ritualísticos por mínimos que sejam forem o suporte de uma metanóia, e, não um gesto cujo sentido semântico se dá em si mesmo. Não se dá. Como observou Bruce Lee, em “O Tao do Jeet Kune Do” depreendemos que para ele a arte marcial contemporânea baseia sua fixa hierarquia em falsos movimentos de fascinação pseudo-espirituais. E que isso era grave. Pois o objetivo da arte incluindo a marcial é libertar. Não se pode ser livre quando o espírito perde o arbítrio antes julgado são e seu, e, agora perdido, talvez para sempre, pelo silêncio imposto e tão aterrador.
Antes eu pensava que as Artes Marciais ao contrário dos Esportes de Combate, teriam fórmulas e posturas eficazes contra a violência, contra a propagação da violência, enfim o sono entorpecente dos fracos, que batem, mas da vida sempre apanham. Eu estava enganado. Basta ver o fenômeno MMA, no qual há uma sublimação dantesca e horrível, onde o público vê no atleta massacrado todas suas frustações machistas e sexuais... pois ele vê no cara que apanha, o ex-namorado da sua namorada, ex-cônjuge da sua mulher, enfim é uma dança terrível... A arte marcial virou não mais a forma, mas sim a sucumbência dos choques, das misturas, dos recortes, do mix fatal que propõe realidade e liberdade, mas que acaba em covardia, foi o tempo onde a técnica era suprema.
E pela técnica eu devo dizer que sou fã do Royce Gracie e do Anderson Silva.
Mas não se enganem a própria técnica deve ser superada... devemos chegar ao ego. Mais uma vez Bruce Lee...
Antes de escrever esse texto o Mestre Luciano Bezerra me disse sobre o contexto paradoxal do tema, que a esportização do Taekwondo tira o foco de visões equivocadas e centra o aluno na ampliação da cidadania e sua conquista. Para tanto o treino é indispensável, a dedicação e disciplina também, mas a envergadura de esporte e no caso olímpico sabe evitar erros conscientivos. Por isso do Mestre ser tão crítico aos antigos paradigmas da “Arte Marcial”.
Dessa forma fica claro e ostensível que este é um tema de ampla análise cujos paradoxos não revelam apenas contradições, mas dispõem sobre o ritmo para se chegar a si mesmo.
Leonardo Daniel
Inhumas, 11 de junho de 2012
Para o Mestre Luciano Bezerra
Dizem os sábios que a palavra convence e o exemplo arrasta. E sendo assim o que pensar do protagonismo pedagógico do Mestre Luciano Bezerra no campo da esportização do Taekwondo contemporâneo praticado pela FECOT no Estado de Goiás? Ele que respeita seus alunos, as famílias dos seus alunos, respeita os atletas competidores ou não, cria espaços de aperfeiçoamento humano, como acampamentos, campeonatos com vibes positivas, incluindo as competições de performances... enfim um Mestre... que pelo exemplo arrasta, convida, convence.
Antes eu pensava que a Arte Marcial deveria ser soberana sobre os Esportes de Combate. Pensava eu que ela por deter a tradição e o legado, era herdeira legítima do respeito e hierarquia. Estava eu enganado. A hierarquia só é real quando os gestos ritualísticos por mínimos que sejam forem o suporte de uma metanóia, e, não um gesto cujo sentido semântico se dá em si mesmo. Não se dá. Como observou Bruce Lee, em “O Tao do Jeet Kune Do” depreendemos que para ele a arte marcial contemporânea baseia sua fixa hierarquia em falsos movimentos de fascinação pseudo-espirituais. E que isso era grave. Pois o objetivo da arte incluindo a marcial é libertar. Não se pode ser livre quando o espírito perde o arbítrio antes julgado são e seu, e, agora perdido, talvez para sempre, pelo silêncio imposto e tão aterrador.
Antes eu pensava que as Artes Marciais ao contrário dos Esportes de Combate, teriam fórmulas e posturas eficazes contra a violência, contra a propagação da violência, enfim o sono entorpecente dos fracos, que batem, mas da vida sempre apanham. Eu estava enganado. Basta ver o fenômeno MMA, no qual há uma sublimação dantesca e horrível, onde o público vê no atleta massacrado todas suas frustações machistas e sexuais... pois ele vê no cara que apanha, o ex-namorado da sua namorada, ex-cônjuge da sua mulher, enfim é uma dança terrível... A arte marcial virou não mais a forma, mas sim a sucumbência dos choques, das misturas, dos recortes, do mix fatal que propõe realidade e liberdade, mas que acaba em covardia, foi o tempo onde a técnica era suprema.
E pela técnica eu devo dizer que sou fã do Royce Gracie e do Anderson Silva.
Mas não se enganem a própria técnica deve ser superada... devemos chegar ao ego. Mais uma vez Bruce Lee...
Antes de escrever esse texto o Mestre Luciano Bezerra me disse sobre o contexto paradoxal do tema, que a esportização do Taekwondo tira o foco de visões equivocadas e centra o aluno na ampliação da cidadania e sua conquista. Para tanto o treino é indispensável, a dedicação e disciplina também, mas a envergadura de esporte e no caso olímpico sabe evitar erros conscientivos. Por isso do Mestre ser tão crítico aos antigos paradigmas da “Arte Marcial”.
Dessa forma fica claro e ostensível que este é um tema de ampla análise cujos paradoxos não revelam apenas contradições, mas dispõem sobre o ritmo para se chegar a si mesmo.
Leonardo Daniel
Inhumas, 11 de junho de 2012