Perdoar-se
Muito mais difícil que perdoar o outro, é perdoar-se. Quando o cisco é em nossos olhos, o vemos bem maior do que quando, o mesmo está nos olhos do outro.
O senso punitivo é bem mais pesado quando direcionado para si mesmo. O erro de não perdoar-se toma proporções nefastas, que são carregadas por toda uma existência.
Pela falta de perdão a si próprio, muitas pessoas castram-se, isolam-se, se auto-flagelam. Mesmo tendo a consciência, de que errar é humanamente compreensível, e que é errando que aprendemos a acertar, nos sentimos péssimos, sem aptidão para exercer nenhum papel nesta vida.
Os olhares parecem sempre condenatórios. Ficamos presos a uma vida de restrições e medos. Medo das palavras, das perguntas, dos contatos e de toda a forma de relacionamento que isso gera. O auto-perdão é salutar. Bom para a saúde física, mental e espiritual. Higieniza e fortifica, causando um alívio muito benéfico.
Perdoar-se não é provar cabalmente estar isento da culpa, mas sim aceitar-se como um ser dotado de fraquezas, de fragilidades.Aceitar-se como humano. O ser humano é um ser que busca, ao longo de sua existência perfeição. Sua evolução é constante, mas a passos lentos e a duras penas.
Mas nem por isso, deve se fechar do convívio social e viver enclausurado em seu próprio mundo, condenando-se a prisão perpétua, da solidão, do sofrimento e do arrependimento.
Não é fácil perdoar. Tampouco a si próprio. Mas é preciso, pois fomos criados para sermos e fazermos felicidade.
E como diz o velho e verdadeiro ditado: " Só posso amar alguém, se eu amar a mim mesmo ."