ESTRANHOS PERFEITOS
Passamos toda a vida buscando nos encontrarmos em outro... Prova de nossa eterna carência e constatação de involuntáia incompletude.
Mas num belo dia, certamente que belo, cai a ficha ! A plenitude acontece, derradeiramente, no encontro inusitado com nós mesmos, só aí nos fortalecemos para seguir em frente com nosso par de pernas, ereto e firme, e asas imaginárias. O quem vier, se vier, na breve jornada, nos compõe como indispensável e valorado acessório.
O universo, a natureza terrestre, sobrevivem perfeitamente sós, em suas essências evolutivas. Fazendo analogia, e possivelmente, somos centelhas dos mundos siderais. Daí, a nossa fragilidade e inconformidade em aceitarmos a efêmera longevidade de nossos pequenos mundos, em Terra.
Um certo filósofo, já bem disse: “ninguém completa o outro”.
Temos que, continuamente, redescobrir a nós mesmos, nos reabastecendo com o próprio conteúdo diversificado.
Suponho, que por sermos fragmentos de um Todo universal, essencialmente somos desconexos, desiguais, desmedidos, e delapidados pela explosão inicial.
Assimilamos, quase sempre, como castigo, a caminhada solitária reparadora... Mas no final, quando fizermos a mixagem numa coesão de encontros, será entendida como prêmio.
É uma teoria um tanto desalentadora, mas suponho coerente...
(O título, inspirei-me na música Perfect Strangers da banda Deep Purple)