AMIGO II

Quando da minha caminhada diária, senti falta do meu amigo, aquele que eventualmente me acompanha nessa atividade, No entanto, apesar de ser meu vizinho há muitos anos e nos conhecermos de quando eu tinha dezessete, a nossa relação é bem curta.

Bom, como é de praxe, quando estou só, na caminhada, envolvo-me em meus pensamentos, que normalmente acabam virando crônicas, pensamentos ou poesias.

Então, na medida em que ia fechando a primeira volta, veio-me o pensamento do que é ser amigo. Amigo de verdade , sem que se olhem interesses ou vantagens em tê-lo.

Será que o amigo tem que ser aquilo tudo que se fala: Há amigo para mim, tem que se disponibilizar na hora em que eu precisar, confiar e não questionar os meus interesses, deixando de lado os seus afazeres!

Pronto, acabei de retratar o mais formoso dos egoístas, está olhando somente o seu lado esquecendo a realidade do outro.

O amigo antes do fato de ser amigo, apresenta-se somente como um simples ser humano, com sentimentos, virtudes e desabonos, certo ou errado, forte ou fraco, em fim, um simples ser.

Então eu diria que a idéia de ser amigo está bem mais no ato despojado de sentir-se bem na sua companhia, comungando das mesmas idéias, respeitando-se as deficiências e necessidades mutuas de cada.

Às vezes o amigo de quem precisamos, está bem mais necessitado de ajuda, do que nós mesmos.

Vamos, então, tentar resolver o problema do amigo e, quem sabe, acabamos resolvendo ou minimizando o nosso.

Fernando Amaro
Enviado por Fernando Amaro em 21/07/2015
Reeditado em 01/08/2015
Código do texto: T5318406
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