LIÇÃO DA VIDA (34)
Um dia, um homem encontrou no seu jardim, uma paisagem de rara beleza! Era uma linda rosa vermelha, cercada de espinhos e incorporada de pétalas aveludadas que exalavam um suave aroma, contagiando todos, com a sua rara e indescritível beleza!
E o homem percebeu que o seu jardim, não era somente seu. Haviam visitantes vindo de todo lugar e o comentário crescia, sobre aquela preciosidade de flor.
Eram beija-flores de toda espécie, pirilampos, borboletas das mais diversas cores, animais de todos os tamanhos, crianças, adultos e até mesmo, os insetos nocivos não viam a possibilidade de invadir... para sequer lhe causar um arranhão. Sentiam-se todos inebriados, encantados diante de tamanha formosura!
Quando chegavam e visualizavam a rosa, eram conduzidos para um estado de graça e saiam dali decididos, à amar ilimitadamente.
Mas o dono daquele jardim... que apenas olhava a superfície daquela flor, desenvolveu dentro de si, um sentimento mesquinho e tratou de pensar numa maneira de afastar todos os admiradores... Dizia para si: não é justo, o jardim me pertence, portanto eu sou o único dono desta rosa. Tenho que fazer algo e já... para afastar esses intrusos. Não estão me pagando nada e ainda por cima, tenho que ficar vigiando as minhas outras flores.
De noite ao se deitar viu a lua cheia contemplando a rosa, a brisa exalar toda aquela delicada fragrância. E nem conseguiu dormir, e foi aí que teve a idéia que seria a solução para todos os seus problemas. Pela manhã levantou e deu de cara com um lindo arco-íris, que juntamente com sol, deitava seus raios para acariciar a rosa. Ele olhou tudo silenciosamente e saiu determinado a por um fim em todo aquele encantamento. Contratou pedreiros... e onde havia liberdade, surgiu o muro da privacidade, que foi erguido... sem dó e nem piedade.
Um silêncio indescritível agora possuía aquele lugar. Havia sim, tristeza, abandono e lamentos. E a vida foi se afastando... até que o jardim começou a morrer lentamente. Pois nos pássaros, já não havia a vontade de lançar carinhosamente as suas sementes. E voaram para outras terras... A lua dona da fecundidade levou o seu coração para outras amizades... O sol que reforçava a vida permitiu que uma nuvem gigante, encobrisse seus raios para escurecer apenas aquele lugar... até o orvalho que cobre de magia todo verde, resolver tornar-se ausente.
Então o homem percebeu... o que tinha feito. E pôs-se a chorar como uma criança, porque na sua cabeça não havia mais saída e nem esperança.
Mais era necessário fazer alguma coisa, já que se arrependeu... Muito preocupado pensou: Com a minha estupidez, matei alguém que não mereceu. E lembrou-se do tempo que o seu jardim era tomado de vida... e mais lágrimas rolaram de sua triste alma. Dominado por uma irresistível coragem, derrubou toda aquela muralha e se surpreendeu... aquela beleza rara, não morreu.
Deus estava na rosa e o que era aquela rosa, senão o próprio Deus?
De alegria, seu coração disparou... tudo seria diferente, ele aprendeu com o passado a cuidar melhor do seu presente.
De repente vieram todas as coisas que antes estavam encobertas pelo oceano de sua maldade. E com todas essas coisas: a expansão da VERDADEIRA FELICIDADE!
(Dedicada para todas as amizades, para que não sejam por nada... obrigadas a florescer no nosso jardim. Mas que ao deixar o aroma da sua ternura, sejam carinhosamente acolhidas e vivificadas com a eternidade do AMOR.)
Fim desta, C. Santos.