Ter um velho amigo
Quando eu era garoto e convivia com um conjunto de outros meninos em São Paulo, nós tínhamos um costume.
Todas as vezes que encontrávamos aqueles mais chegados, que partilhavam o dia-a-dia conosco, dizíamos: “Oi véio”.
Isso pode ser mero folclore, mas ensina que um velho amigo não precisa ser um amigo cronologicamente velho.
A idéia me faz pensar sobre essa tão complexa questão da amizade, e me convence da maior de todas as amizades: a de Deus.
Certamente o Senhor o Universo não tem idade, pois Ele é e sempre será (Ap 1:8).
Com tal currículo, parece impossível buscar essa amizade entre homem e Deus, já que parece tão difícil ter amigos humanos.
Ocorre, todavia, que a amizade tem dois pilares de sustentação: a doação e a cumplicidade.
Não resta dúvida que ninguém se doou mais do que Jesus por mim e por você (João 3:16).
E a cumplicidade divina pode ser exemplificada na relação de Deus com Abraão, a quem contava tudo (Gn 18:17).
Tais considerações podem parecer etéreas e sem valor prático, afinal Deus está nos céus, e nós na Terra.
Há momentos, contudo, que necessitamos muito de um amigo e não temos a quem buscar.
Precisamos, então, nos lembrar das palavras de Jesus dizendo que seríamos seus amigos se O obedecêssemos (Jo 15:14).