MENSAGEM AOS AMIGOS

NO INÍCIO DA MADRUGADA DE 29 DE ABRIL DE 2014

Cheguei a uma espécie de tempo-limite em que não dá mais para falar das coisas do agora com palavras de agora, boa parte delas, de tais palavras, cifrada, desde sempre e como sempre, que não tenho nem nunca tive outra escolha. Agora não devo, prefiro não mais dizê-las, palavras novas a expressarem sempre o mesmo; ainda que cifradas, seria continuar repetindo-as em vão. Como, a bem da verdade mais funda, não consigo me afastar realmente do Recanto, onde encontro alguma respiração, decidi a partir de hoje, por certo tempo, apenas republicar textos, textos de outros momentos. Mesmo quando eles, textos, falem de coisas insolúveis, que como tal permanecem, são coisas escritas em épocas menos cinza, nas quais certas situações definitivas ainda não eram tão definitivas como acabaram por se evidenciar. E nem todos falam de coisa insolúveis.

Sempre haverá quem não os tenha lido; espero que interessem a alguns de vocês. Pretendo oferecê-los a mulheres e homens do Recanto que me têm brindado com suas leituras, audições, comentários, alguns também com sua amizade mais próxima e apoio de cunho mais pessoal: todos gente deveras muito gente. Na medida do possível, pretendo homenageá-los, ainda que com meus textos mais antigos.

Textos escritos nos tempos de agora, só quando eu fizer interações. Pretendo continuar a fazê-las, na medida do possível que, também na medida do possível, pretendo continuar a ler e a comentar seus trabalhos, meus queridos amigos.

Muito provavelmente, nesse meio tempo, grave e coloque alguma canção no Áudio pois, mesmo sendo canções cujas letras façam eco em mim e na minha história, as palavras serão de outros, não minhas: palavras escritas por outras mãos.

Sempre meu muito, muito obrigada, amigos.