Os fantasmas do medo
Tenho muitos medos! Vários, para ser sincero. Tantos que não saberia, em momento algum, numerá-los para saber sua exatidão. Mas os medos são os de menos. São muitas as situações da vida em que eles teimam em falar mais alto, nos lembrando de que, às vezes, não somos tão fortes quanto imaginávamos. O meu problema mesmo, na verdade, são todos aqueles complexos que me acompanham desde quando ainda era somente um menino, que ainda trazia consigo um brilho no olhar, daqueles que conseguia cativar quem quer que se aproximasse. Aquele brilho que, pouco a pouco, com o passar dos anos, foi diminuindo. Até dar seu lugar a um olhar triste, distante, temeroso. Daqueles que, somente quem consegue ver através de nossos olhos, saberia identificar e notar, mesmo sendo mínimo, o que está acontecendo; tendo a certeza que não é de hoje e vem de décadas! Não é nem mesmo de dias ou anos atrás que agora falo. E isso, hoje, é o que mais me machuca! Não o fato de saber que ainda terei muitos medos em minha vida para enfrentar e vencer. Mas sim o de saber que ainda há tantos fantasmas a serem expulsos. Algo que não sei como, quando e, nem mesmo, se um dia vou conseguir.