TRIBUTO AOS AMIGOS

Que amigos jamais nos sejam

Iguais à água, nos seus estados,

Quando líquida, se solidifica,

E, de sólida, se passe à gazosa,

De quente à fria evaporando-se,

E se transformando em chuva

De lágrimas de uma nuvem solitária

No céu parco do desprezo ermo...

Que não venham a nos serem,

Os amigos, iguais ao fogo, que,

De chama quente torna-se semi-ardil

Brasa morna, e depois à cinza fria...

Que não nos sejam, nunca e nunca,

Os amigos iguais ao vento que,

De rápido é violento e de lento é calmo,

Mas não se deseja tal rapidez e nem

Tal calmaria, se quer sim, meio termo

Contido em contínua brisa suave...

Que os amigos não nos se asemelhem

Como a lua, pois ela contém fases,

Lua nova, amizade nova,

Lua crescente, amizade crescente,

Lua minguante, amizade que miíngua,

Lua cheia, amizade sendo plena...

Que os amigos não nos sejam iguais ao sol,

Pois em dias de verão ardente,

No outono e na primavera se faz de morno,

E no inverno intenso se faz frio e congelante...

Por fim, que os amigos não se comparem

Às estrelas, pois umas brilham mais

E menos que outras, e que têm noites

Em que todas elas brilham...

Que a amizade sempre nos seja

Imparcial, coerente, atenciosa, ouvinte,

Conselheira e parceira, e se faça

Sempre presente no convívio comunitário

Da sociedade moral humana...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 10/08/2011
Código do texto: T3151247
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