Voar, pelo prazer de nos perdermos no tempo…

Perdermo-nos nas asas da eternidade, da imensidão

Numa viagem com hora de ir

E sem tempo de voltar

O tempo esmaga-nos

Mas por uma vez

Gostava de o tempo poder enganar…

Olharmos para algo

Em que ninguém reparou

Esse algo existe

Porque a nossa vista

Por esse algo se apaixonou…

Saber que esta forma de paixão

Será a derradeira

Até à próxima

E assim agirmos como se o amanhã não fosse existir

Parar para contemplar

Acharmos o nosso canto

E sentirmos

Que para mais nenhum lugar teremos que ir…

Acreditarmos na suprema ilusão

Que o que temos

Durará a tal imensidão

Contrariando o nosso lado racional

Que nada dura uma eternidade

Apaixonarmo-nos

E forçando a imaginação

Que essa é a nossa realidade

E que de nada interessa os dias que se segirão…

Então a realidade acorda-nos

E recordamos que a única constante da vida

É a sua permanente transição

E assim temos que contemplar

E viver

Em perpétuo movimento

Agarrando de forma infrutífera

Isso que tanto amamos como tememos

O tempo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/07/2011
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T3102951
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