AMIGOS...

Quando desponta o brilho do sol, iluminando nossos dias, não há como resgatar do que passou os momentos que nos fizeram tão próximos, complementos de vidas entalham as estações nos acariciando com o veludo azul da ternura que nos imortalizou ao lado de cada amigo... Amigos, os pretos e brancos dispostos nas nossas antigas horas pintam estas estrelas imóveis e imortais, despertando o emotivo de tantas e carinhosas conversas, cada qual arquivada em lambrequins e varandas chamados saudade.

Se tivessem as almas poderes de retirar da inércia do retrato o sorriso para lhe dar vida no momento de agora, em minha escrivaninha ao invés de letras, colecionaria gargalhadas ao renascer ao meu bel prazer tantas e deliciosas passagens delineadas na cumplicidade e singularidade de cada amizade vivida.

Por certo retomaria em cada esquina uma despedida, ressuscitaria tanto adeus, para vivê-los um pouquinho mais, poupando o coração de fixar um semblante, para imortalizar em nossa alma, a satisfação de uma amizade, o carinho supremo de um grande amor, a fé compartilhada em só Deus.

E quando quem sabe no entardecer da existência, puder sentar em alguma sombra qualquer, possa chorar a ternura de uma amizade, reafirmar a fé na vida, dividir as páginas amareladas da vida com o querido e eterno amor, sob o olhar benevolente do pai, pousado sob a tez flácida e os olhos descoloridos de quem viveu e pode dizer que amou...

Aos meus amigos se pudesse eu deixaria uma flor, não para que eles a guardassem pelos anos como símbolo de um carinho, sobre o qual o tempo poderia mostrar seu poder, mas para que no momento da doação o seu perfume impregnasse o ar tornando indelével a ternura, inesquecível o carinho e grata a alma por ter vivido uma verdadeira amizade, que pode ser lembrada na simplicidade de uma flor, embora os tempos e os mundos em que se tenha que viver...!

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 11/07/2011
Reeditado em 11/07/2011
Código do texto: T3088092
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