DE COMO DIZER NÃO ÀS MISÉRIAS

– para Sangar Vidal, músico e poeta, que me mora há mais de trinta anos.

“RECADO DE VIAGEM”, a tua prosa poética: amei e me lembrei das irmãs Juçara e Jerusa ao atravessar os mares e continentes, durante tantos anos a fio... Senti na boca gosto de tristezas... Partidas... Despedidas... Nesse instante me lembrei de Zeferino Fagundes, o mestre... Nosso eterno amigo... A incrível “nota de humanidade do fim da melancolia...” e, no final, diz o poema: ... e o céu ficou todo cor de rosa... Não nos falamos muito, mas quero saibas que te admiro e sou apaixonado por ti. Sempre que te vejo sempre o meu abraço é forte e com um beijo. Sucesso! Do amigo Sangar.

– pelo Orkut, em 25/05/2011.”

Amigo querido! Só o irrevogável tempo e o coração disparado sabem de quanto também te amo e respeito em congraçamento espiritual. Não há como ser feliz sozinho, independente de ser macho ou fêmea do gênero humano. Por tua música sem fronteiras; por tua garra como artista atuante nos palcos de teatros da elite e nos singelos palanques de pau a pique; pelo aço da coragem nos passeios públicos e nos guetos de todos os naipes; por tua cara limpa; por tua religiosidade displicente de liturgias e por esse sax tenor que me enleva e me transporta aos portais da Arte. E, quando nos comunicamos, é o espiritual que se manifesta no acalanto da AMIZADE, quando enovela o amor sem libido. Porém, é necessário obter a luz do sofrimento e dor no Tempo, para que, lá pelos sessenta, saibamos que o mundo se torna pequeno para os que não têm coragem de se dizerem felizes com o que a Providência pôs no caminho. Hosanas, irmão Sangar! Que não tenhamos vergonha de sermos felizes nesse mundão descarnado de convivências. Que o andar no mundo nos provenha da Fé e do Amor pra que possamos ser crísticos, humanos. Há milênios, o Nazareno demonstrou o caminho das misérias do homem frente ao Pai.

– Do livro TIDOS & HAVIDOS, 2011.