ELA DISSE: "PERDEMOS A COPA..." E tinham perdido mesmo!
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Dr. Márcio eu tinha até sábado, o costume de ler seus escritos na Internet, que muito me alegravam, instruíam e me ajudavam a achar soluções para meus problemas de Secretária, numa firma de exportação, que me enchia de orgulho.
Em casa estávamos todos vendo um jogo da Copa, quando de repente nos vimos agressivamente retirados da copa! Não pense que fiquei maluca, mas a chuva violenta que se abateu onde resido, em Palmares- RE, alagou o rio Una, arrastando e tirando a vida de meu pai, afogado, produziu ferimentos graves em meu irmão que está internado, cegou minha mãe com a penetração de uma lasca de madeira no olho esquerdo, que foi extirpado e tive meu seio esquerdo rasgado, que precisou ser suturado. Nossa casa virou um barro, onde algumas telhas se espalharam, pois as paredes sólidas, bem construídas por meu pai desabaram.
A partir daí perdemos tudo, até minha carteira, com parte do meu salário que havia retirado com um vale, se foi, arrastada pelas águas.
Estamos morando num quartinho no fundo da casa de uma tia pobre. Até quando?
Nossa casa não era chique, mas tínhamos o essencial, com certo conforto.
Nossa angústia pela perda foi enorme, mas a indignação com o nosso meio ambiente se destruindo, gerou uma situação de ódio, pois sabemos a indiferença dos governantes, legisladores e da justiça em impedir que tais catástrofes, antes ausentes nesta “terra abençoada”, comecem a pipocar com tal intensidade. E por quê? Por serem ocasionadas pelos donos da devastação, da geração de madeira ilegal, pela queima dos pastos e da cana, pelo governo que não aprofunda os leitos dos rios que estão se assoreando, sem deixar de pensar nas diversas formas que também somos responsáveis, sujando, não reciclando nosso lixo, jogando-o a tapar os drenos de água.
Sei que a catástrofe foi produzida por alterações atmosféricas ocasionadas por nosso crime, nossa omissão.
Mesmo que o Brasil vença a Copa, perdemos a nossa, perdemos nossa individualidade e nossa família está destroçada.
Resolvi fazer-lhe esta comunicação, pois acho que o Senhor poderia divulgá-la no Recanto das Letras, de forma a levar as pessoas a uma meditação, a uma tomada de posição sustentável, a não aceitar candidatos impostos, cada qual procurando resolver suas situações, postando-se como salvadores da Pátria, sem fazer propostas por escrito, registradas, daquilo que pretendem e farão.
Não fique triste com meu pedido, mas, por favor, publique! Meu pai agradecerá do céu, tenho certeza!
Ana Maria.
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Ana,
Meu abraço cheio de apelos a Deus, para que os ajude.
Aprendi a não ter pena de ninguém, mas solidariedade, principalmente quando leio um texto em que vejo como minhas, as suas palavras.
Tenho repetido intensamente que : “Tomara que estes canalhas citados por você vivessem o suficiente para verem o futuro que legaram a seus netos”. Não foi preciso nem que lhes nascessem os netos: a desgraça já chegou!
Os jornais sérios estão publicando a distribuição do dinheiro de ajuda aos Estados em calamidade. É uma falha grave nossa, por não exigirmos um compromisso com os candidatos, como você também prega.
Diga à sua mãe e seu irmão, o mesmo que lhe digo: “doravante vocês terão que se superar, pra mostrar primeiro a vocês para que vieram ao mundo e depois servir de exemplo ao mundo.
Falo sempre que toda infelicidade abre a porta para uma nova descoberta, um novo recomeço.
Sua mãe ainda tem um olho e verá com muito mais profundidade o futuro de todos.
Seja Feliz.
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