AISTHÉSIS






          Em grego antigo, havia três formas de amor: Ágape, Caritas e Eros. Três formas de “sentir”, distintas em alguns aspectos e entrelaçadas em outros. No grego atual há variantes destes termos.
          Ágape seria o amor fraternal, incondicional, o amor de Deus pela Humanidade, o amor entre pais, filhos ou irmãos. Amor virtuoso e desapaixonado. O que relaciona com a philia, amor/amizade.           Caritas seria o amor incondicional pelo mundo, por todos, o amor indistinto, sem ser eleito; que se estendeu à caridade. Eros era o amor apaixonado, a atração sexual, o desejo ou o anseio; também a apreciação da beleza, quando sentida por uma pessoa. Daí a derivação para erótico.
          Ágape era o amor tido como divino, que cria e dá um valor sobre o que se ama, enquanto Eros era amor pagão, o que busca a sua realização de qualquer valor que deposite no que ama. Mas ambos interagiam, principalmente quando a Ágape se direcionava ao amor conjugal, sendo o Eros seu conseqüente direto.
          Qualquer destes, em qualquer ordem, são ou já foram sentidos por todos. Duradouros; passageiros; instantâneos, como em Eros ... há sentimentos que destroem, mas há os que marcam, que somam, que apaziguam a alma.
          Aqui, quero registrar alguns ...

          Ágape de um Ateu convicto por esta Deísta, arremedo de escritora. As divergências ideológicas não impediram que este Ateu, guiado pela ética e philia, me fizesse depositária de sua afeição e confiança; o que se tornou recíproco.

          O que poderia dizer de um cronista, Ícaro prudente, que me chama de Flor de Liz e se preocupa com meu ânimo, ou falta deste, pela vida. De outro cronista, genro amoroso, que o humor e ironia, para não dizer sarcasmo, nos fez unidos em Philia; que tem amor de sobra e cuida de quem precisa.

          Ágape de um carinhoso poeta por esta ignorante poética, pois não consigo interpretar poesias, mas que ainda assim nutre este poeta, uma doce esperança em arrancar-me poemas. Talvez umas quinze encarnações me moldem algum verso; porque nesta, só vejo poesia em teus olhos de oceano.

          Além desta sincronia, em comum há duas faces marcantes nesta trajetória feliz: o Recanto das Letras e o fato de nunca terem se visto. Sim, Ágape virtual; pois não precisa ser visto, basta ser sentido. Afinal, o real é sempre precedido pelo virtual.

          Há quem não consiga fazer amigos, viver amores ... há os que se iludem ... há os que destroem ... e os que se destroem ...

          Sou abençoada ...
          ... faço amigos, vivo amores, sou amada e ninguém me destrói.




CORREÇÃO:

          Peço desculpas aos queridos amigos que leram meu texto. Mas há um erro grave nele, somente percebido depois de uma leve peleja intelectual com meu amigo ateu.
          Os termos gregos corretos são ÁGAPE, PHILOS E EROS.
O termo CARITAS é Latim, aplicado pelos primeiros pensadores cristãos, como desdobramento da tradução e interpretação dos textos gregos, em referencia ao amor de Deus.
          Portanto, o correto é PHILOS, em lugar de CARITAS, ou seja, amor fraternal, mas não natural, como em Ágape, mas manifestado por lealdade, igualdade, afinidades e benefício mútuo, um amor de dedicação ao objeto amado.           Esse amor pode ser mental, abaixo do espiritual/fraternal (Ágape) e acima do emocional. É o caso do amor pela sabedoria, a filosofia; também prazer e sede por conhecimento e cultura útil, estimulante e construtiva.
          Assim sendo, o AISTHÉSIS na verdade, são ÁGAPE/PHILOS e não apenas ÁGAPE.
          Mas de resto, o aisthésis é verdadeiro e sincero de minha parte.
          Novamente peço desculpas, é isso que resulta escrever por impulso e inspiração, sem analise e revisão metodológica.




Imagem: newworldencyclopedia.org




















SIMONE SIMON PAZ
Enviado por SIMONE SIMON PAZ em 14/04/2010
Reeditado em 30/10/2010
Código do texto: T2196898
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