AOS MEUS AMIGOS DO RECANTO DAS LETRAS

_ NÁUFRAGO _

Como um náufrago, sozinho numa ilha, eu vivi anos de fuga e desconforto. Como um náufrago eu relembrava a beleza da minha juventude, os momentos bonitos, passados há muito, muito tempo. Como um náufrago eu olhava o horizonte na busca de um navio, cheio de amor, para acalentar meu coração despedaçado. Como um náufrago eu olhava o céu escuro, tentando achar a estrela que direcionasse minha volta ao turbilhão da vida. Como um náufrago eu gravei em pensamento pedaços da minha história. Partes bonitas que geraram meus poemas. Partes escuras que relatavam minha dor. E como um náufrago eu agarrei o barquinho pequenino que avistei, com uma luz bruxuleante, qual vela a me acenar naquele oceano imenso de solidão e tristeza. Como um náufrago eu tomei sofregamente aquele fiozinho de esperança, me agarrei ao barquinho e me deixei levar pela brisa. Como um náufrago, que já perdera tudo, eu confiei na vida, única certeza que me restou desse naufrágio. E como um náufrago fui dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, avançando pelo mar da esperança, sempre direcionada pela pequenina luz que eu avistava. Como um náufrago eu avistei a terra firme do continente compacto, que como um sol me acenava. Como um náufrago deixei cair devagarinho a primeira lágrima e mais outra, e outra. O temporal sobreveio e a chuva torrencial lavou a minha alma ferida. E o sol, agora já intenso, cicatrizou o ferimento.

Meus pés, tão vacilantes, agora dão o primeiro passo firme e eu me enlacei às árvores frondosas que margeavam meu caminho. E da natureza veio o acalanto que ocasionou o meu primeiro sorriso, depois de tanto, tanto tempo. E eu me vi nua, em toda a extensão da minha alma. E como um náufrago, retornando à vida, eu sorvi as gotas luminosas que os anjos me traziam. De cada anjo eu recebia uma gotinha. E cada anjo trazia nas mãos a força que eu tanto necessitava. Assim, pouco a pouco, eu me fortaleci e já podia caminhar mais firme.

O náufrago era eu. Os anjos foram os meus amigos. Amigos que chegaram de todos os recantos, que me carregaram no colo por muito tempo, pois tinham fé na minha recuperação. Hoje sou forte. E consciente estou da importância da vida, para equilíbrio do meu espírito.

Muitos anjos ficaram pouco tempo, passaram breve, porque sabiam os momentos em que eu não me mantinha sozinha. Outros, perenes, ficaram e são as mãos que conduzem e orientam quando a melancolia tenta me levar de volta aquela ilha perdida. Entre esses últimos fazem parte os amigos que fiz aqui no Recanto das Letras, que como anjos acarinham meu coração toda vez que comentam meus escritos. Sem condições de citar todos, cito aqueles que há mais tempo acompanham minha evolução.

São as Rubras, as Rosas, as Lus, as Iacis, as Tânias, as Luconis, as Flores, as Anitas, as Julias, as Marisas, as Esther, as Yves, as Zelias, as Chicas, as Nikis, as Cássias, as Cellymes, as Atizes, as Parabólikas, as Angelas, as Silvias, as Marilias, as Roses, as Reginas, as Dilces, as Malus, as Elischas e todas as mulheres que represento aqui como "Marias", na impossibilidade de citar todas.

São os Dantes, os Wilsons, os Joeis, os Antônios, os Claudios, os Jersons, os Herivaldos, os Robertos, os Albertos, os Carlos, os Edsons, os Marios, os Sivânios, o H.S. ( que acho este só tem um!) e todos os homens aqui representados como "Josés", também porque é impossível colocar todos.

Enfim, o náufrago chegou à terra firme. E hoje, rodeada de corações sensíveis, de almas bondosas, eu faço aquilo que devo e posso por todos vocês: escrever, comentar, dar minha contribuição através dos textos e enviar LUZ a todos e a cada um em particular. Porque descobri que é "dando que se recebe" e eu já estou colhendo os frutos dessa máxima.

Estou em PAZ. Sou FELIZ!

Giustina
Enviado por Giustina em 28/11/2009
Reeditado em 28/11/2009
Código do texto: T1949682
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