EU PASSEI E VOCÊS?
(Texto baseado na exposição de fatos ocorridos
na vida da própria formatadora e por esta autorizado)
Vaguei desnorteado pela cidade sem
um destino certo, talvez procurando
o que nunca tive, nada encontrei a
não ser uma chuva fina e um casal de desconhecidos
na praia de Itapema, onde recebi o único
abraço na virada do ano.
Para não ser fatídico e ser justo comigo
mesmo, deparei com a minha própria voz
quando caminhava sozinho em meio uma
imensa multidão,
e então, conversamos longamente e no final
não sei bem o que discorremos.
Término de um e começo de um novo
ano, lares festivos, sobre suas mesas
iguarias tantas, e eu digerindo minhas
desilusões em uma madrugada fria.
Não sei não, mas tenho a plena certeza
que a chuva fina que encharcava meu
costume, foi resultado das lágrimas
acumuladas em toda a minha vida
e represadas no céu, claro,
sem qualquer pretensão.
E assim, sem nada ter resolvido,
tomei meu carro carinhosamente
apelidado de enferrujado, fui festejar
meu fim de ano junto ao meu fiel amigo
e filhinho meu cãozinho que atende pelo nome de Theo...