Céu de Carnaval
‘’Por que não eu?’’
Não mais que meia dúzia de palavras organizadas prolixamente resumiriam a imensidão ‘’dicionária’’ que eu deveras lograria transmitir-lhe...
(tenho quase certeza de que você pediria para eu traduzir esse trecho se estivesse por perto, mas vou fazer diferente e mudarei o tom da conversa).
Tema. Texto. Coletânea. Modalidade. Coerência. Coesão.
Seis critérios que te perseguem... ou seria a Selma? Ou a redação? Ou outro professor? Ou outros homens? Ou você mesma?
Caráter você tem. Atitude não falta. Coragem, disposição, força (de vontade não muito). Simpatia singular. Você conquista as pessoas com seu jeito de ser, falar, sorrir, rir (o que é muito engraçado).
Personalidade... quem é você Natália?
Qual o tamanho do seu universo?? Qual a régua que te mede?? (e qual a que mede o nível das suas amizades?) Quanto cabe no seu poço de euforia e vingança?? Qual a parte que te cabe nesse latifúndio, exclusivo, individual, chamado vida?? (você quer a sua parte, agora?).
Você tem algum objetivo ou ainda acha cedo demais para pensar nisso? Você tem tempo e $ossego para relaxar assim? Qual é a sua ideologia? Quem são seus heróis? Qual o seu veneno? Escorpião...
8º Signo do Zodíaco - 23 de Outubro a 21 de Novembro
Princípio: Passivo
Dia: Terça feira
Elemento: Água, Fixa
Pedra: Granada
Parte do corpo: Órgãos genitais e sistema reprodutor
Metal: Ferro
Estação do ano: Primavera (Hemisfério- Sul)
Cor: Preto e tons de vermelho
Planeta Regente: Marte e Plutão
Incensos: Eucalipto
‘’ Escorpião legítimo é aquela pessoa oculta num canto da festa que chama a atenção de todos.
De atitude e roupa discreta, não se move - desliza, fala baixinho e você não sabe porque quer ouvir tudo o que ele tem a dizer.
O Escorpião muitas vezes também não sabe porque - mas ele lida sempre com o poder.
O poder da percepção, o poder da intensidade emocional, o poder material, o poder do oculto e, finalmente, as vezes, o poder pelo prazer do poder.
Liderar para o Escorpião é quase uma sina.
Talvez a sua postura de auto-controle a qual faz parecer que nada o abala, o comportamento de discrição e silêncio que transmite confiança e auto-domínio - todos pequenos comportamentos que acabam arrastando a personalidade Escorpião exatamente para onde ele não quer ser lançado: bem ali - no meio de suas próprias intensidades e contradições.
Nada é banal com um Scorpio - esta palavra simplesmente não consta de seu vocabulário.
Sua vida é muito vivida através dos extremos: oito ou oitenta. Aliás, se eu realmente quiser descrever a personalidade Escorpião, é melhor não falar muito.
Eles não admitem invasões em seu mundo’’.
Isso já diz muita coisa.
Você é um inconstante signo material, um zodíaco lancinante e efusivo. Suas atitudes não traduzem suas vontades. Você se deixa levar, ou melhor, ‘’deixa que a brevidade da vida te leve’’.
‘’Pra que mentir?’’ Meu, ‘’Ninguém presta... eu... meu pai, meus amigos, meus irmãos’’, a vadia... ninguém. A vida é um morango, e eu sei que você está louca para mordê-la (o).
Tenha esperança. ‘’Fingir que perdoou’’ não te levará a lugar nenhum. Contar segredos também não. As línguas adoram promessas falsas e estão loucas pra matar a sede delas (não na saliva, mas nas suas próprias seivas vitais, no seu próprio egocentrismo coletivo).
‘’Tentar ficar amigos, sem rancor’’. Será mesmo? Você realmente acredita que eles perdoaram aquela traição dolorida, aquela punhalada pelas costas e a inútil cicatrização? Convenhamos... você teria perdoado? Aliás, você já se perdoou hoje?
‘’A emoção acabou, que coincidência’’. Graças a Deus ele se foi. Acho e quero que, dessa vez, para sempre, por enquanto. Um velho fantasma utilitarista. Viciosamente apaixonante, infantilmente envolvente, estupidamente atraente, exageradamente Cazuza, afro descendente mente grande.
‘’A nossa música nunca mais tocou’’. Será que esqueci a letra? O rádio quebrou ou são nossos corações que estão partidos? Não sei. ‘’O tempo não pára’’ para que eu pense. Ninguém quer saber de onde eu vim ou pra onde irei. Tenho tantas coisas pra contar, mas tão pouco consigo ouvir. Se não é comigo, que seja finito. Se não é presente, que seja esquecido. Se não é amigo, que seja esquecido. Se não é meu, que não seja de mais ninguém! Não esqueça que ‘’ainda estão rolando os dados’’ e que eu sou amiga dos ratos. Estou armada, de mágoas e ressaca. Soluço no pensamento uma vontade de fazer não-sei-o-quê... 3 segundos e passa. Esqueci, tenho cisticercose.
‘’Pra que usar de tanta educação’’. Quais são as suas intenções? Destilado ou daquele mais escuro? Por acaso é vergonha das suas origens, do seu berço sem ouro e sem pudor? Você abomina seu passado tanto quanto despreza o futuro? Você está prestes a dirigir, tomar o controle da situação, assumir culpas e responsabilidades, assinar por si, pagar contas, sustentar-se. Você tem certeza que não tem medo de nada?
‘’Desperdiçando o meu mel, devagarzinho flor em flor, entre os meus inimigos’’. São poucos o que te fazem diferença, eu bem sei. Não me julgo mais nem menos, apenas reconheço o pedaço de história que ocupei em sua vida. Qual o seu néctar para atrair amigos? Por que você os quer tanto, ou melhor, por que você quer tantos? Por que tanto medo de ficar sozinha? Onde estão os que te odeiam para pedir sua cabeça ao rei? Onde está o tribunal para lhe julgar? Onde foi parar o seu trato social e verdadeiramente agregador? Onde estará a sua fé?
‘’Eu protegi o teu nome por amor’’. Agora estou livre. Eu resisti mais uma vez. Chega de me esconder, de sonhar, de esperar um recado, uma migalha, alguns poucos restos de atenção impiedosa. Não precisou lutar tão longe. A batalha era aí dentro. ‘’O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer. E o meu poesia de cego, você não pode ver’’.
Não sei exatamente se você ou outro ama como cego, mas sei que a única e incondicional forma deste amor é a amizade. Ama como um nobre ao seu castelo, como um servo ao seu mestre, como uma cantiga à sua senhor.
‘’Não responda, nunca, pra qualquer um’’. Cuidado, jovem mulher. As trevas são perigosas mesmo aos que se escondem sob suas asas. Não tenha medo de cair, mas saiba que sempre estará sujeita a rasteiras. Escolher levantar é uma decisão sua.
‘’E só eu que podia, dentro da tua orelha fria, dizer segredos de liquidificador’’. Não te afastes tanto, menina. A mão que recusas é a mesma que lhe tirou do vácuo sentimental e lhe apresentou aos moinhos dantes ignorados. Não te esqueças do velho travesseiro, da ‘’bebéita’’ e do leite com Nescau. Não me negue alguns centavos de prosa. Não provoque, sem provocar, o sentimento e a inveja alheia. Seja você, sem querer mais que isso.
‘’Você sonhava acordada, um jeito de não sentir dor’’. Quantas vezes te peguei olhando para o nada, para a ilha dos desassossegos, para o céu de estrelas apagadas, para dentro do ser viçoso de outrora. Já não sei pra onde olhas, o que procuras, se é que procuras alguma coisa. Limito-me a oferecer uma coca-cola, aceita sem demora. A tarde não tem mais os belos montes de nossa infância, mas a erosão daquele ser acuado, retido, que nunca mentiu aos pais e que jamais ficara bêbado foi sendo lapidada.
‘’Ai, Deus, e u é?’’
‘’Prendia o choro e aguava o bom do amor’’. Fui assaltado. Roubaram-me mais do que documentos e cifras, mais do que moedas e cartões de dentista... levaram minha essência, o meu eu, o que eu era. Não, isso jamais vão me tirar, nem que eu tenha de vender brigadeiros novamente pra pagar o resgate: sou moleca mesmo! Agora, sinto-me renovada, aliviada, meio nostálgico, mas é algo que posso suportar. Sou outra, estou maior. Agora sou apenas a mulher, a mulher da pele preta.
Cruzo esquinas, uso mapas estranhos de Mercator para identificar meus pontos fracos. Arqueo, Proteo, Paleo, Mezo, Ceno, Pablito! Por sorte não errei o caminho e me localizei após a convergência de algumas placas. O clima está esquentando por aqui, as coisas vão ficar mais sérias e a estratificação será maioridade. Posso dizer que não sou fã da geometria, mas o círculo da pirataria, entre parênteses, invadiu fronteiras e emigrou até o meu quintal. Pobre Ferdinando, vem correndo logo ali, com o nariz escorrendo, pedindo dinheiro para o avô. ‘’Não, moleque! Vá pedir pra sua mãe’’.
No natal, quando a família toda se reúne, é a maior festa: 15 irmãos fazem uma baita farra, regada a muito pagode e churrascada, com direito a picanha e lingüiça.
‘’Desculpa aí’’, mas eu faço diferença na vida das pessoas! Não tenho culpa de ser popular, atraente, gostosa, maravilhosa, da cor do pecado, sensual, enfim, uma negra de tirar o chapéu... ah, esqueci de dizer modesta.
Eu já vi tantas coisas...
Vi amigos meus voarem. Vi primos nascerem. Vi tios morrerem. Vi amigos fumarem. Vi colegas beberem. Vi professores saindo pela porta dos fundos. Vi muita injustiça e muita sacanagem quando me meti no meio da elite. Vi discriminação. Vi a vitória de Obama. Vi a história de Gandhi e Marthin Luther King. Vi a queda do timão pra série B. Vi, um tempinho depois, a volta do timão à série A. Vi o tombo de alguns professores, o maiô de outros, o peito cabeludo de terceiros. Vi a dança do Créu. Vi insetos e corri. Vi novelas e chorei. Vi comédias e sorri. Vi teatros e dormi. Vi monólogos e sonhei. Vi sucesso e acordei.
Vi a morte de perto, dei-lhe um beijo e voltei...
São quase 3 da manhã, coloquei o relógio pra despertar mais cedo. Quero curtir o tempo que ainda falta pra levantar. Vou rolar na cama feito bobo, feito cachorro. Satisfeita: estou.
Eu gosto de ir na janela do ônibus, no banco alto se possível. Estudo lendo a apostila e tá bom demais. Não gosto de lugares fechados e adoro o calor. ‘’Eu já disse que eu adoro o calor?’’.
‘’Ah, o verão!!’’. Que beleza. Praia, Sol, mar, piscina, homens... Desapego: essa é a palavra-chave. Sou ciumenta, possessiva, vingativa, revolucionária, preguiçosa, esquecida, desorganizada, sincera, transparente (por dentro, é claro), companheira e amiga (isso com certeza eu sou mesmo).
Estou em dúvida, não sei qual ramo escolher. Acho melhor ficar com o Singular Pluralizado, o dote vale a pena... e que dote.
Eu sou negra e tenho orgulho disso. ‘’Lerê-lerê’’. Quero ver alguém sambar como eu...
Chega de malandragem. Eles só querem um ‘’CHANCE’’ na vida, uma oportunidade. Meu, ‘’Malandro que sou’’, ficarei na minha, só espiando os acontecimentos mais faceiros e inusitados dessa galerinha do mal. Quem sabe eu não arrumo mais alguns macetes e melhoro meus recordes no mini-game, né?!
‘’Ah, puta mundo injusto, meu! Logo agora que eu tava ganhando’’. Por que eu fui perder justo a aula sobre África? Tudo bem, depois eu terei aulas particulares com o Super Mário. Esse é brother...
Serei um pouco sagaz e abrirei o pacote de Trakinas escondida, meu. Não estou afim de dividir com a galera... sabe como é, né? Canibais, vândalos, parece turma de 5ª série.
São 18 Carnavais completados e um início de vida fantástico. Acho que um misto de tudo pode te definir nesse momento. Tanto coisas boas quanto coisas ruins. Tudo deve estar te tocando nesse momento. Algumas vezes sentimos distante o ombro mais desejado. Outras vezes desejamos justamente o que não nos pertence mais. Ao final de cada dia, deveríamos agradecer, não sei dizer exatamente a quem, por toda a sorte e riqueza que temos, se não material, pelo menos espiritual.
Bendito seja aquele dia no terminal...
Você já passou por duras batalhas, por momentos muitos difíceis e complicados na sua vida, mas superou e venceu todos esses obstáculos.
Que nesse dia prevaleça a força e o brilho que emanam da sua alma. Que todos os demais instantes de sua vida sejam igualmente abençoados com a religião que quiser. Que a sua alegria de viver continue estimulando outras pessoas a sorrirem e que ninguém duvide do que você é capaz, afinal...
Isso são apenas palavras, a guerreira aqui é você.
De um lado o pessimismo. De outro o desprendimento. De um lado a alegria. De outro o receio. De um lado a vergonha. De outro o desejo. De um lado a preguiça. De outro a razão. De um lado as cores. Do outro a escuridão; no meio disso tudo: você.