Canção de ninar pra Milla

 

Texto inspirado primeiramente no período pós-cirúrgico e depois na crônica sobre insônia, escrita pela minha querida Milla Pereira.


Dorme Millinha,

Não vá se assustar

Minha voz é pequenina,

É voz para ninar.

 

Dorme! Minha menina,

Não tens o que temer,

Só apago a lamparina

Depois que adormecer...

 

Já contei cem carneirinhos

Pulando uma cerca azul,

Todos acolchoadinhos

Vão correndo para o Sul.

 

Teu sono já ta chegando

Que bom que tu vais dormir,

Há dois anjos te ninando

Te observando a sorrir.

(Hull de La Fuente)

***


A minha mana Milla veio cantar sua própria canção de ninar (na música do boi da cara preta):

Eu...eu...eu...
Eu num vô drumi
Vô fic'acordada
Pras canção que vô ouvi!

Essa maninha
Doce Claraluna
É tão boazinha
Qui num tenho mais ninhuma!

Vô agardecêno
A canção intono
Di tantu serenu
Eu inté fiquei cum sono!

Eu quero colinho
Di todus amigo
Si num tem soninho
Eu priciso di abrigu!
 
Eu...eu...eu...( Uhááááááá...) manhê.. vô drumi... tô mariadinha di sonin! 

Milla Pereira

***

E agora a canção do compadre Airam Ribeiro:

 

Dorme Miilinha

Cá cuca vai pegá,

Éça bela mininha

Qui nun qué ciaçuçegá.

 

A lua ta clariano

A curuja já cantô,

Os curiangu tão cantano

E os muçegu já quetô.

 

O fifó inda num paguei

A querozena ta cabano,

A lua já ta no mêi

Madrugada ta xegano.

 

Dromi Millinha

Bota teu zói na capela,

O fifó cum sua luizinha

Ta cabano e nun tem vela.

 

Mai qui sono qui nun xêga

Tô cançado de niná,

Pru distráis da nuvi nêga

A lua iscondeu lá.

 

O galo já ta cantano

Logo logo o arvurecê,

O Sór já vem pontano

Só num drómi vosmicê.

 

E de tanto eu te niná

Eu é qui cabei drumino,

Ocê podi ci levanta

E o café vai já sirvino.

 

Airam Ribeiro

***



Ouçamos agora a canção do Pedrinho Goltara:
 


Bôôto...,bôto sem cára preta

Num pégui a Millinha

Quié munto das ispulêta...

Fáiz éla drumí loguím

Sinão eu fáçu uma carêta!

 

O dia já vái raiâno

E Millinha tá acordada

Pensano nos amígus

Inté na madrugada

Já fôi nu banhêro

Tá cum a cára laváda!

 

Bôôto,bôto num fáiz careta

Num assusta a nóssa Milla

Que o sôno já ti espreita

Levânta lógo daí, ó Milla

Sua pimênta malaguêta!

Pedrinho Goltara


***

O poeta Jacó Filho veio cantar um verso:


A Milla inté já relaxou
Os zoios já tão pesano
Mais um pouca, tá soiano,
Com o seu primeiro amor.

Jacó Filho


Os amigos continuam chegando para a nina-nana...

Dorme Milla, menina flor
seus olhos estão pesados
essa insônia malvada
te deixando em sonhos acordados.

Fátima Feitosa

***


 
Dorme Millinha há brilho no luar
são tantas estrelas para te ninar
no azul lá do céu tanta alegria
são anjos aplaudindo a tua poesia.

Gilbamar de Oliveira
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 02/09/2008
Reeditado em 03/09/2008
Código do texto: T1157950
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