Há certo tempo, acompanhando algumas páginas nesta rede digital, tenho acordado com uma imensa gratidão àqueles que se utilizam do código, oral ou escrito — ou de outros elementos de linguagem —, com responsabilidade e respeito à existência de um Outro ser humano que é capaz de pensar e sentir, isto é: que pode ser afetado pelo que dizemos. Não me refiro àqueles que tentam se utilizam constantemente da norma padrão para dizer "bonito" o que querem dizer, mas àqueles que, apesar de se utilizarem de uma linguagem simples, imprimem, em seus enunciados espontânea e subjetivamente elaborados, uma ação que inclui valores indispensáveis ao comportamento civilizado, a saber: a responsabilidade com os múltiplos sentidos que a linguagem é capaz de construir; a cordialidade; e as pausas, que permitem a escuta participativa de um Outro capaz de, também, dizer o que precisa dizer, porque também este Outro se constitui sujeito provido de vivências e saberes dignos de partilha.