Flor.

Minha mãe costuma dizer que sou a mais fraca das irmãs, que tudo me dói. Não sei ao certo quando existir começou a parecer tão pesado. Só sei que carrego essa dor enquanto vivo. Vez ou outra consigo tirar esse peso das costas, pois me encontro em alguns autores que leio. Que tristeza a nossa se identificar com coisas tão trágicas, com desgraças e vazios.

Apesar do que minha mãe acha, não me acho fraca, nenhum pouco. A vida já me tirou um bocado, mas de certo modo ainda me permito sentir tudo como se fosse a primeira vez. Não sei até quando isso vai durar, mas eu espero que nunca suma. Peço para Deus manter-me flor mesmo em um jardim de espinhos. Tenho esperança na vida.

Juliana Ramalho
Enviado por Juliana Ramalho em 03/05/2023
Reeditado em 03/05/2023
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