Pós-introspecção
Cansei de andar em rumo certo, preciso, de tempo estipulado, seguindo um cronograma rígido na competição pela sobrevivência; sem ao menos disponibilidade para um simples bom dia!
Hoje precisos não são os meus passos e, sim os meus olhar. Ando devagar, porém, atenta aos detalhes do que antes meus olhos irresolutos não viam.
Já não existe mais o tempo, corri muito atrás de um tempo que perdi sem aproveitá-lo. Tampouco me preocupo em achar (chaves) para cadeados de portas já fechadas. Também não me prendo à declaração de amor feitas com frases já prontas.
Minha preferência hoje é sentir a brisa no rosto e conversas descontraídas num café demorado com cheiro de tempo doado.
Simplesmente troquei a pressa afoita pela languidez dos passos, e com gestos aveludados sigo a olhar as coisas com percepção aguçada e ouvidos eriçados; redesenhando a vida e retocando as cores que eu mesma deixei que desbotasse.