Anos 2010
31 de Dezembro de 2019:
Quando o relógio soou 23h59, findando mais um decênio, essa frase foi a que persistiu em minha mente até mais uma virada de ano:
"Que década, meu amigo, que década".
Ri, chorei, amei, fui amado, vi pessoas chegarem, vi pessoas partindo - literal e figurativamente falando - odiei, não posso negar, mas pra minha sorte, antes mesmo do meio dessa década, eu mudei minha percepção sobre o ano e vi que era eu quem deveria tirar de mim as mágoas, as dores, os rancores, os pequenos fragmentos que ainda persistem em mim; mudar, começando por mim. Resolvi ver em cada cicatriz causada pela vida, uma marca de que eu sobrevivi a 100% de todos os meus piores dias - desde quando era um menininho sorridente, cheio de sonhos e porquês - o que é fodástico. Desde então, cada ano chegou com uma conquista diferente, uma vez que naquele 2013 que acabava, eu coloquei em minha mente que todo novo ano seria o melhor da minha vida. Vivi frustrações, passei por mudanças drásticas, tive descobertas bruscas, tive momentos em que a poeira alta embaçou minha visão e eu quis desistir de tudo e de mim, mas que quando baixadas, fizeram com que eu me reconhecesse a cada dia mais forte, mais seguro e autoconfiante em meu potencial e capacidade de amar ao próximo. Quem passou os dez últimos anos acompanhando minha evolução, viu o quanto mudei, o quanto amadureci diversos conceitos que me foram estabelecidos lá atrás, pela influência dos outros, como também viu o quanto me fortaleci e o quanto tento praticar, à minha maneira ausente de ser - herança de pai, que está bem vivo, obrigado - o amor e respeito pelo próximo e a gratidão por tudo que me é permitido que aconteça, já que tudo não passa de aprendizado, conhecimento e bagagem, o que ninguém nos tira.
Um dia essa minha viagem chegará ao fim, com a certeza de que vivi o mais intensamente que pude, conquistando acertos e cometendo erros, dos quais não me arrependo e seria uma grande mentira dizer que não viveria tudo outra vez, por terem sido partes da construção do homem que me tornei. Um ser humano imperfeito, mas em que tudo que se predispõe a fazer, coloca o seu melhor, com dedicação, empenho, carinho e, sobretudo, o que falta a tantas pessoas ainda: o amor.