UM BRINDE AO AMOR
Nasci na geração do 'troca'; troca pelo novo, troca por outro, troca pelo completo, troca pelo melhor, troca pelo mais moderno, troca pelo inovador...
Nasci na geração em que nada se conserta e tudo se substitui...
E olhando e conversando com meus avós, me deparei questionando se o 'amor' pode ser trocado ou substituído...
Que boba eu, ora, como assim, o amor não é descartável, e isso é o que permitiu essa festa acontecer, a festa das boldas de ouro...
Vozim, vozinha, obrigada por cada ensinamento ao longo dos anos...
O maior legado que vocês podem dar uma neta é ensinar como se ama... sim, o amor é ensinado...
Como neta, eu aprendi com vocês que o amor deve ser pleno e puro... Aprendi que todos os dias, horas e minutos temos uma nova chance de reconquistar nosso amor...
Ah meus velhotes, vocês, os dois tem me ensinado que não se ama o rosto, a pele, o sorriso, os bens, o estilo...
Se ama a pessoa, se ama as atitudes, se ama o empenho de lutar todos os dias pra fazer valer a pena, pra fazer com que a eternidade não seja apenas uma utopia, se ama a luta pra não deixar que aconteça como nos contos de fadas, onde após o "Felizes para sempre" aparece o "FIM"...
Ah meus velhotes, como não amar, como não me apaixonar e querer todos os dias me inspirar na história de amor de vocês...
Porque vocês sim são da geração do conserta, naquela época tudo tinha uma solução, tudo se consertava, se reutilizava, não tinha dessa de que tava velho, estragado ou em desuso...
E isso deve ser o que fez esse amor brindar mais este ano...
Hoje eu quero pedir um brinde ao amor dos anos 60...
Um brinde aos meus avós...
Porque graças aquele amor, hoje eu também posso construir um amor... porque no fundo no fundo, tudo que eles nos ensinaram foi que o amor é construído ao longo do tempo...
Um brinde ao amor!
Dedicado as boldas de ouro dos avós de uma grande amiga, e também aos meus avós paternos e meus pais que todos os dias me ensinam sobre o verbo AMAR!