O ANJO

O ANJO

Passar por uma experiência onde se vive várias emoções em um período mínimo de três horas é avassalador.

Em uma farmácia onde, a fila para falar com o atendente se encontrava fora do estabelecimento e dobrando a esquina, me vi em pé durante uma hora, ali parada. Não somente eu, é claro, estava nessa situação, bem como idosos, pessoas com crianças, pessoas com necessidades especiais e muitos outros casos.

Finalmente, quando consegui ser atendida pelo balconista, a noticia me dada fora a de que as medicações em minha receita não estavam naquela unidade e, que se elas quisesse comprar teria que me dirigir à loja de numero 4.

Dirigi-me então a ela, angustiada pelas dores abdominais que me dominavam e o suor frio escorrendo em meu rosto.

Por bem, não precisei ficar mais na fila para ser atendida devido a recomendação do atendente da loja anterior para que eu procura-se a gerente diretamente. Assim o fiz e, em pouco mais de vinte minutos lá me dirigia eu à fila do caixa.

Deparei-me com um local parcialmente fechado, sem ventiladores ou ar condicionado. Fiquei ali, uma hora e meia aguardando para fazer o pagamento de meus produtos.

As dores aumentando, o suor aumentando, o enjoo dando sinal de comparecimento.

Eis que, falei com uma agente repositora que eu precisava de minhas receitas de volta pois, estava passando mal e não conseguiria esperar mais ali. Ela, por compaixão, levou-me até a gerente e esta, autorizou-me a ser atendida no caixa preferencial.

Paguei minha compra e me dirigi à estação de metro. Deparei-me com uma realidade na qual eu não poderia acreditar. A falta de sanitários abertos . E lá fui eu passando mal até chegar na estação que eu deveria descer. Nesse momento, me vendo encurralada em um beco sem saída, sem ter quem pudesse chamar para me ajudar, lembrei do aplicativo de celular de motoristas.

Andei o mais rápido que pude e, dando graças pela escada rolante estar funcionando, fui para o lado de fora da estação para ver o endereço em que eu me encontrava para chamar o motorista.

Menos de dois minutos, lá estava o carro preto me aguardando.

Como sempre, o motorista, cordial, perguntou se poderia seguir o caminho dado pelo aplicativo e eu disse que sim, mas, que utilizasse o percurso mais rápido. Fui informada que o aplicativo me dava um percurso de quatorze minutos e eu fiquei desesperada.

O motorista, percebendo minha aflição, perguntou-me se eu estava bem e se ele poderia fazer algo para me auxiliar. Informei-o que estava com muitas dores abdominais e que precisava chegar em casa o mais rápido possível para tomar o remédio.

Como num passe de mágica, todos os semáforos estavam livres para passagem e somente, numa avenida, ficamos atrás de um motorista que estava vagarosamente trafegando.

O resultado? Em onze minutos eu estava defronte ao portal de casa.

Caro motorista L.... Estou muito agradecida pela sua ajuda nesse momento. Você foi um anjo da guarda. O Senhor o abençoe.

Bia FErnandes