ANA JÚLIA RIBEIRO

Ana Júlia, permita-me chamá-la de Aninha!
Ouvi várias vezes o seu discurso na tribuna do parlamento paranaense e me senti orgulhoso de ser brasileiro.
Na primeira vez, meus olhos marejaram.
Na segunda vez, sorri de contentamento.
Ao chamar aqueles parlamentares de mãos sujas um boca suja fez ameças. Indignei-me, mas em seguida, habilmente você se desculpou. Sim Aninha, há exceções, poucas, mas há.
E você prosseguiu firme, ainda que, com a voz embargada, afinal Lucas fora covardemente assassinado.
Mãos sujas sim, Ana!
Mãos que assinam medidas provisórias, tirando direitos dos pobres, para sobrar mais grana para os ricos.
Mãos sujas, não só no Paraná, mas em todo o nosso país.
Mãos sujas nas assembleias legislativas e câmaras municipais.
Mãos sujas nos executivos e judiciários
Mãos e vozes sujas nos jornais, revistas, rádios e televisões.
Mãos e corações sujos em Brasília.
Repito, Ana, há exceções, poucas, mas há nos poderes constituídos.
Sabe, Aninha, há mãos que se sujam de graxa.
Há mãos que se sujam plantando o grãos.
Há mãos que se sujam lavando panelas.
Há as que se sujam, batendo!
Há mãos que se sujam assinando pec's.
Ana Júlia, Aninha querida e admirada por milhões de brasileiros e brasileiras de mãos limpas!
Não se deixe devorar pelos lobos,
[pobres lobos em extinção]
principalmente os da Globo.