29/01/2016 – Oito anos de Recanto das Letras
 
 
        A verdade é que não possuo, neste presente momento e tempo, a condição de serena lucidez para fazer um balanço efetivo desses meus oito anos no Recanto das Letras, oito anos em que tenho deixado aqui as palavras, as entrelinhas e os silêncios de toda uma vida.
        Vinte e nove de janeiro de 2008. Naquele ano, o fato mais importante foi o lançamento do meu livro “Flores do Outono” em outubro (está como e-livro no Recanto). Ao longo de oito anos tanta coisa aconteceu, em todos os territórios da vida, que nem sequer me consigo lembrar direito da que fui antes, antes de 2008.
        Posso dizer que estar no Recanto todo esse tempo tem sido muito minha salvaguarda, tanto do ponto de vista existencial quanto do ponto de vista da linguagem. Aqui tenho deixado minhas escritas e meu canto. Aqui tenho conhecido pessoas e escritores maravilhosos, muitos dos quais posso chamar de amigos, no sentido real da palavra. Houve um tempo em que me cri poeta, no sentido de compromisso efetivo com a linguagem poética; hoje e já há muito tempo, quase tudo que escrevo tomou feição de tal modo catártica que já não consigo chamar tal escrita de literatura, a não ser em alguns parcos momentos. Seja como for agradeço, profundamente, aos que me têm vindo ler e ouvir no decorrer destes anos. Sem suas leituras, audições e comentários, não sei como me teria sido possível suportar e sobreviver aos vazios que se armaram do lado de cá, do lado do chamado mundo imediatamente real. Admito, com toda sinceridade: O Espaço do Recanto das Letras têm sido o lugar de “repouso da guerreira”, o lugar do repouso possível. Espero que assim continue sendo, em todo o tempo em que eu nele venha a permanecer.
 


 
        Se tenho, por um lado, só que agradecer, por outro lado devo pedir fundas desculpas à grande maioria dos habitantes deste Espaço, por minha falta de leituras e de comentários. E aqui vai uma confissão que pode atenuar um pouco a minha ‘culpa’ por tanta falta de leitura e comentário: Por razões que não devo nem posso elucidar com todas as suas claras letras, não tenho há tempos concentração para ler nada, nem mesmo revistas, muito menos livros, bem como textos.  Sei: um dos nomes para isso é depressão. Eu sei. A leitura é, a meu ver, tão ou mais importante do que a escrita. Posso ainda me chamar de escritora se quase nada mais leio? Pois é, assim é, dolorosa e vergonhosamente assim tem sido. E, por isso, peço fundas desculpas. A leitora que eu fui precisa ressuscitar, bem como muitas mais coisas em mim, quase todas, principalmente a poeta que já me julguei ser. Talvez incomode a alguns que eu seja assim, tão ‘confessional’. É verdade, eu o sou, embora através de linguagem muita vez cifrada, para proteger os nomes de algumas pessoas da minha vida. Eu os protejo, a tais nomes, sempre, por uma questão de Princípios... Por uma questão de Princípios...
 


 
        Oito anos de Recanto das Letras. Preciso encerrar esse longo ‘depoimento’. Encerro desejando, a todos e a cada um, que seus caminhos permaneçam sempre abertos, em cada um dos setores de suas vidas e que aqueles caminhos que não o estejam, abertos, que venham a se abrir. Que, para mim, se abra algum, também. Amém! Amém! Amém! Amém! Para todos e para cada um de nós: Amém!    
           
 




**********************************

 
Olhem o presente que recebi de Angelica Gouvea. Grata, amiga.





Uma terna saudação da querida Norma. Grata, amiga. Beijos.
29/01/16 18:16 - Norma Aparecida Silveira Moraes

OITO ANOS DE RECANTO
POETANDO SEM PARAR
NOS TRAZENDO SEU ENCANTO
SUA ALMA A DESBRAVAR
SEJA AO SOL OU CHUVA
ALMA SEMPRE LOUVANDO
A NATUREZA E AS UVAS
SEMPRE NOS ENSINANDO
MENINA DOCE DE TERNURA
ÉS NOSSA PRENDADA AMIGA
E TRÁS NA SUA DOÇURA

MUITOS AMIGOS QUERIDA
ESTÁS SEMPRE ENTRE FLORES
LEMBRANDO DE SEUS AMORES
SEPULTANDO SUAS DORES
TENTANDO VIVER SUA VIDA
MESMO NA SUA CLAUSURA
VAI PASSANDO SUA SABEDORIA
SEM RANCOR, E SEM RASURAS
VAI VIVENDO DE HARMONIA

SEUS VERSOS SÃO ALTANEIROS

MAS TRAZEM ATÉ A  COMOÇÃO
LEMBRANDO AOS COMPANHEIROS
DESTA JORNADA DO CORAÇÃO
TENS A ALMA TRANSPARENTE
EXPONDO TODO SENTIMENTO
ÉS BELA E TÃO FORMOSA

ATÉ EM SUAS DOCES PROSAS

UM MIMO, MINHA QUERIDA AMIGUINHA DE ALMA TÃO TRANSPARENTE. BEIJOS
DE LUZ VIOLETA NO CORAÇÃO. RECEBA MEUS PARABÉNS



********************************

 
De outra bem-amada amiga, Matilde Diesel Borille( ela publicou na minha página do facebook, trago para cá, também). De comovida, sem palavras a dizer senão... Grata... infinitamente.




 
Um oferecimento à poetisa Zuleika dos Reis, dou-lhe em retribuição.
"Ela inteira, tão pequena e tão parca, em palavras se apresenta.
Por dentro, no fundo, bem lá no fundo, ou, quase lá, se diz: um dia eu te seduzi com um interesse único: oferecer beleza e emoção... e como uma serva da arte me deixei pintar a alma nas folhas que sabem de tudo."

 
ATIREI MINHAS VESTES À LUA

Inocente! Sim, eu o sou.
E pura! Lavei-me na neve.
E nua! Atirei minhas vestes, à lua.
Sim; bem sei que é assim.
Um pouco de medo,
um pouco de vinho,
um templo em ruínas.
Flores murchas ao orvalho.
Já não me tremem os lábios.
Face a face, o Sol se move.

Matilde Diesel Borille


***************************************************