OS EXEMPLOS DE CADA UM... (Reminiscências).

Corriam os primeiros anos, da pacata Curitiba, na década de 60, quando o conhecemos, deveria estar perto dos cinqüenta anos, era casado tiveram três filhos, o mais velho, VCF, incentivou a vinda da família para nossa cidade; aqui haveria mais facilidade de trabalho e possibilidade de estudos, visando para o futuro uma melhor formação profissional.

A cidade em que residiam era União da Vitória, ao decidirem à transferência da família para cá, de imediato adquiriram um imóvel na Boa Vista; feito isto somente restava trazer sua “ferramenta de trabalho”, uma pequena carroça, tracionada pelo cavalo, - Baio. - resolveu fazer a viagem; se locomovendo com cautela, pois já naquela época era difícil um veículo de tração animal, transitar, procurando espaço ao lado dos automóveis e caminhões, que trafegavam em velocidades bem superiores; felizmente o percurso foi feito em alguns dias (aproximadamente 240 km.) sem qualquer incidente; para alívio de todos os seus familiares.

É evidente que começar a vida em uma cidade maior, exige permanentes desafios; ele superou através de seu permanente espírito de otimismo, foi tendo sucesso em seu comércio domiciliar, sempre demonstrando estar de bem com vida, ofertando as bananas, laranjas, semanalmente oferecia nas mesmas residências, com o tempo foi angariando um vínculo de amizade, respeito e consideração...

A primeira casa que alugamos foi em função destas qualidades; não restritas somente ao seu humilde comércio, mas a vontade ser útil e servir, enfim ajudar.

A nossa segunda casa que alugamos também foi indicada por ele; era de seu filho mais velho, que durante certo espaço de tempo nos cedeu.

Já o conhecíamos, pois freqüentávamos a mesma casa espírita, há algum tempo, mais tarde exercemos vários cargos de diretoria com ele, desenvolvemos laços de amizade e de ideais recíprocos e doutrinários que nos une até hoje de respeito e consideração.

Voltando ao ponto marcante do personagem de nossas Reminiscências de hoje; era espírita, sincero, convicto; procurava viver o seu dia-a-dia, a mensagem que a Doutrina exorta, muito embora não tivesse tido a oportunidade de formação em bancos escolares, quando era convidado a falar, superava suas limitações; suas vivências, seus exemplos diários, outorgavam a ele a capacidade da comunicação, de transmitir a Fé, o Consolo que a Doutrina Espírita oferece em seus postulados; transmitia aos que estavam propensos a escutar e colocar em prática, para usufruírem já em nosso plano uma melhor condição de vida...

O tempo passa célere para todos; o filho mais novo, num acidente automobilístico, prematuramente deixou este mundo.

Aposentou-se; ao fiel “companheiro” de anos de labuta que era indispensável em seu humilde e honrado trabalho diário, foi lhe dado também “aposentadoria”; conseguiu uma estadia numa chácara de um amigo, para que o “Baio” também pudesse descansar, já que tivera anos de trabalho sem queixas e lamentações, tão comum aos seres humano...

Tinha extrema preferência pelas obras de Ramatis, intuídas através do médium paranaense Hercílio Mães; talvez isto tenha incentivado ele, e a sua esposa, ACF, optarem por uma alimentação vegetariana.

Viveram até avançada idade, partiram deste para o outro plano, mas temos certeza que foi proveitosa, - para ambos, - mais um aprendizado terreno; que CF, onde estiver, junto com sua digníssima esposa, e cremos-nos que é um bom lugar, possam ser abençoados pela sua última estadia terrena, em que o otimismo e o sorriso espontâneo e a confiança nos desígnios do Pai Supremo, sempre esteve presente em seus atos e naqueles que tiveram oportunidades de por alguns breves momentos de telo como um amigo e sobre tudo como um irmão...

Curitiba, 15 de dezembro 2009- Reflexões-Reminiscências-Saul.

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 08/08/2015
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