Bem aos poucos
Eu nunca fui preso à nada, a não ser em mim mesmo, no que realmente me convém.
Eu sempre pude tudo. Saio, danço, brinco, conto piadas sem graça, choro quando preciso, brigo se tiver necessidade, me imponho com força total, me redimo quando erro, peço desculpas, perdão, mostro atitudes que me justificam e mais trocentas outras coisas.
Mas dentro de mim sempre soa uma pergunta: Será se devo?
Vejo tudo tão detalhado no mundo. Pessoas dando jeitinhos para tudo, fazem de tudo. Chateado observo tais ações! Não nasci para jeitinhos e nem para ser influenciado por tais coisas. Eu tenho muitas dúvidas e justamente essas dúvidas que me fazem sentir assim.
Sou um crítico de mim mesmo, me considero bobo muitas vezes, tenho vontades absurdas e medos que nem eu compreendo. Reajo diferentemente para uma mesma situação. Vai depender de quem estiver comigo. Trago um fardo pesado de tentar me esconder dentro do que devo. Escondo para que as minhas dúvidas não morram e eu venha perecer como muitos. Não me disseram isso, contemplo sem muito esforço! Dou a isso um único nome, a minha preocupação em ser o que eu sou, uma pessoa 'feliz' pois não nasci para outra coisa.
Obrigado meu Deus, por ter me feito uma pessoa capaz. Obrigado pelo pouco que tenho, pela família abençoada que me destes, por uma mãe preciosa que amo tanto, pelo apoio dos meus irmãos e pelas tristezas em alguns momentos. Obrigado, Deus! Agradeço por ainda eu ter a oportunidade de me sensibilizar com o bocejo e o espirro de um bebê, com a palavra de um idoso, pelos poucos porém presentes amigos. Ser feliz e buscar sempre sê-lo é uma missão à qual não posso mudar de caminho, senão me perco. Esse trajeto é meu, inerente, e assim eu seguirei construindo-me aos poucos, pois bem sei que é aos poucos que eu vou dando certo na vida.