CINCO ANOS DE RECANTO
No início da madrugada de 29 de janeiro de 2013
Quando publiquei meus primeiros três textos no Recanto das Letras, em 29 de janeiro de 2008, não tinha a menor ideia de que estaria por viver, na chamada vida real, tempos de profundas alegrias e também tempos de profundas dificuldades, de muitas dores, algumas de natureza irremediável, em processo que não cessou... ainda. Nada disso tem a ver, diretamente, com pessoas do Recanto; delas só me têm vindo alegrias e respeito.
No Recanto encontrei um refúgio, pessoas magníficas, um espaço incrível para trocas e intercâmbios, tanto de escritas quanto de calor humano e afeto.
No Recanto tenho encontrado o espaço para ser e partilhar o que sou, ou penso ser: alguém que escreve. Tenho escrito e publicado coisas heterogêneas que vão de desabafos de momento a produções de alguma qualidade literária. Tenho lido textos e poemas maravilhosos, com os quais aprendo muito. Tenho conhecido pessoas maravilhosas com as quais aprendo muito.
O que escrevo e publico tem tido demasiado de autobiográfico, admito. Tenho exercido o “fingimento poético pessoano” com muita parcimônia; quereria e deveria fazê-lo mais, afinal, o confessionalismo é apenas uma das possibilidades da poesia e eu a tenho praticado com frequência exagerada, por uma verdadeira necessidade de catarse, forçoso dizê-lo. Ainda bem que o Recanto é um espaço democrático, aberto a todas as escritas; acho mesmo que seja esta a sua maior virtude.
Tenho muitas desculpas a pedir, por retornos que – ainda - não dei, por leituras que – ainda - não fiz, por fundas amabilidades que – ainda - não retribuí. Desculpem, por favor. Tenho muitas e fundas desculpas a pedir.
Se tenho muitas e fundas desculpas a pedir, tenho coisas infinitas para agradecer. Agradeço, com emoção, e me curvo diante das pessoas do Recanto e do que delas tenho recebido. Eu agradeço, por tudo, do mais fundo do coração.
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