SOBRE MORTES E NASCIMENTOS

Tenho alguns amigos e amigas de alma que me são seres-irmãos. Uma dessas amigas, ser de eleição cuja vida vem passando, há muito, por revezes espantosos de múltipla natureza, foi, de repente, na véspera do Natal, parar no Hospital do Coração, como uma angina e isso entristeceu, mesmo colocou uma grande sombra dolorida sobre todos que a amamos.

Hoje, cerca das 09h30min, acordei com o meu verdadeiro presente de Natal deste ano, a voz, sã e salva, da minha amiga querida, ao telefone, a voz da minha amiga, da amiga a quem irei visitar, daqui a pouco, fora da UTI e viva, VIVA, para o infinito júbilo de sua mãe, de seu pai, de seus três filhos, de seu irmão, de cada um de nós, seus amigos.

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Eu tenho morrido vezes sem fim, em certas ocasiões com muito e mesmo verdadeiramente censurável estardalhaço. Aproveito este momento de gratidão ao Pai, que preservou a vida de uma das minhas amigas-irmãs, para afirmar-me e tomar quem venha a me ler como testemunha: estou-me nascendo simbolicamente agora, ainda nesta manhã do dia 26 de dezembro de 2011, nascendo-me para uma vida que eu ame, deveras, vida pela qual tenha e ponha em ação, além do dever, o prazer de lutar. Que seja este momento, entre tantas outras coisas, também uma humilde homenagem à tua vida, minha sempre querida Vavá.

Às 11h58 minutos de 26 de dezembro de 2011, segunda-feira.