A viagem da Folha.

Como toda folha, me sinto livre ao sentir as batidas do vento em meu fino e leve corpo.

Como toda folha, fico imaginando como é cair e secar.

Como toda folha, penso se uma árvore posso me tornar.

Como toda folha, tento despencar, e nas ondas do vento habitar.

Como toda folha, aguardo o nascer do dia e o anoitecer, até de estação mudar.

Mas como folha alguma espera, nas mãos de alguém eu fui parar.

E como folha alguma espera, estas mãos resolveram me preservar.

Nestas mãos macias, senti-me a habitar. Sem a força do vento, mas com outro tipo de ar a me carregar.

E em outras mãos macias fui descançar, pois não só virei lembrança, como num caderno fui morar.

O mais incrivel de minha vida, é que por lembrança virar, jamais esquecerão-me, e em suas memórias vou sempre estar.

Pois de minha casa fui tirado, modificado, para de forma mais bela, em outra vida retornar.

04/XI/2010.

Daniele Barbôssa.