Terceiro aniversário

Há exatos 03 anos foi incentivado pelo meu filho Rafael a ingressar neste Recanto. Foi quando, timidamente postei meu primeiro texto e motivado pelos comentários, não consegui mais parar.

Hoje com 775 textos postados (Mais de 60% na categoria Humor) e quase 70.000 leituras, sinto-me profundamente realizado e agradecido a todos os poetas e escritores deste Recanto que, com elogios e críticas me ajudaram atingir estas marcas.

Não vou citar nomes aqui, sob pena de cometer injustiça por omissão.

Apesar de não me considerar um poeta nem escritor, apenas um entusiasta da escrita, tenho procurado ser o mais original possível, apesar de todas as limitações e erros que um ser humano possa cometer.

Confesso que já pensei em parar, mas quando manifestei isso aqui, foi até “ameaçado de morte” (risos) o que serviu ainda mais como estímulo.

Costumo muito mais que agradecer do que pedir algo a Deus, mais deste pedido não vou Poupá-lo: Rogo que daqui mais um ano eu esteja novamente aqui, como agora, bastante emocionado para mais uma vez, apenas agradecer. Também pedir bênçãos, paz e inspiração a todos os valiosos amigos virtuais que aqui encontrei.

Que seja feita a vontade do Senhor, hoje e sempre...

Também queria presenteá-los com um cordel que fiz em homenagem a minha porquinha Catharina já postado aqui em 05/10/2007. Obrigado.

PS: Todos os personagens desta história, inclusive os animais são verdadeiros, portanto, qualquer semelhança com fatos e pessoas NÃO É mera coincidência.

Catharina, a porca

Sendo este um caso verídico

Esta história eu vou contando

É sobre a vida de Catharina

Quem a conheceu ficou amando

Catharina nasceu porca

Seu destino contrariando.

Porém antes de seu nascimento

Sobre sua mãe quero falar

Tinha Gironda como nome

Porca grande de se admirar

Comprada no sul de minas

Vindo para Monteiro Lobato morar.

Viajou durante a noite

Driblando a fiscalização

Kostella foi quem a trouxe

Com auxílio do amigo João

Morador do bairro dos Sousas

Que nunca o deixara na mão.

Comprada de Mané Lebre

Por cento e quarenta reais

Pagando a vista e em dinheiro

Como fazia seus Pais

Mudando o destino da porca

Oriunda de Minas Gerais.

Já em terras paulistas

Foi levada para cruzar

Aquela porca formidável

Com algum porco do lugar

Necessitando de mais auxílio

Com o amigo João foi falar.

Não demorou uma semana

A questão estava resolvida

Gironda se encontrava prenha

Sentindo-se feliz da vida

Com novo dono e morada

Chiqueiro, conforto e comida.

O tempo como de costume

Ia passando rapidamente

E todos que a conheceram

Diziam muito contente

Esta porca em breve será

A alegria de muita gente.

Ao final da longa espera

Dos dias a dedo contado

Reparando em sua barriga

Paulo havia comentado

Esta porca não aparenta

A gravidez de seu estado.

A dúvida se instalou

A respeito do acontecimento

Criadores dos mais renomados

Deram o seu depoimento

Chegando a triste conclusão

Que não haveria parimento.

Uma certeza era única

Kostella tinha sido enganado

Esta porca não pegara cria

Ficando em seguida combinado

Que na semana seguinte

Pelo abate seria solucionado.

O dia ficou já decidido

Tudo estava preparado

Gironda viraria lingüiça

Se não fosse por alguém alertado

Esperaremos mais alguns dias

Tio George falou acertado.

Uma noite foi necessária

Para que a surpresa se revelasse

Nascendo treze porquinhos

Sem que ninguém esperasse

Ailton foi quem primeiro viu

Antes que alguém acordasse

Um problema novo surgiu

Naquela solene ocasião

Sendo Treze recém-nascidos

Haveria com certeza confusão

Doze tetas tendo Gironda

Dificultaria a amamentação.

Obrigado pela necessidade

Uma das filhas lhe foi tirada

Nos braços de Rafael

Para São José foi levada

E com auxílio de uma mamadeira

Por Terezinha foi criada.

Para nova integrante da família

Um nome foi sugerido

Por se tratar de uma fêmea

Catharina foi escolhido

Sendo adotado por todos

Ficando assim decidido.

Catharina fez logo amizade

Com uma cadela que ali vivia

Tinha por nome Nala

Cachorra de muita simpatia

Dividindo logo com a porquinha

Sua casinha para moradia.

Vejam como é a natureza

Que a muitos causa admiração

Dois animais tão desiguais

Vivendo assim nesta união

Dormindo muitas vezes juntas

No mesmo tapete do chão.

Porém chegou um momento

Que o convívio não era permitido

Catharina tornara-se grande e forte

Com bom trato tinha crescido

Tendo que retornar ao sítio

Onde antes tinha nascido.

Com sentimento transparente

Chegou a hora da despedida

De Felipe, Terezinha e Rafael

Deu adeus para a partida

Deixando seu antigo lar

Dando rumo a sua vida.

Retornando ao seu antigo lar

Com a mãe e irmãos foi colocada

Tudo parecia tão estranho

Por todos foi analisada

Não tendo nem cheiro de porca

Foi imediatamente rejeitada.

Como o chiqueiro a recusara

Passou a viver soltinha

Divertia até mesmo as visitas

Com os hábitos que ela tinha

Sendo até considerada

A mascote de Terezinha.

Mas o tempo como sempre

Encarregou-se da mudança

Era chegado o momento

A reprodução era a esperança

Conheceu o porco cabeção

Com quem fez logo aliança.

O resultado desta união

Após cem dias surgia

Sob o cuidado de todos

Catharina se desenvolvia

Nove herdeiros ela teve

Dando seqüência na dinastia

Sobre o final desta história

Kostella não tem narração

O destino destes animais

Não quis ter em suas mãos

Deixando a outros criadores

Quando deixou o sertão.

Hoje apenas lembranças

E lições que nos ensina

Aprendemos com os animais

Muito mais que se imagina

Melhor exemplo é esta história

Da porquinha Catharina.